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Idosos são maiores vítimas de golpes bancários; veja como se proteger

Bancos devem treinar funcionários para que orientem os clientes a realizarem transações em segurança

Por Emilly Lima
Ás

Idosos são maiores vítimas de golpes bancários; veja como se proteger

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

É muito comum a presença de idosos em instituições financeiras. Sejam acompanhados de algum familiar ou até mesmo sozinhos, eles sempre batem o ponto nos bancos para sacar ou depositar algum dinheiro ou resolver pendências. Em 2020, no início da pandemia, um levantamento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) apontou que golpes financeiros contra idosos cresceram 60% e, no mesmo ano, foram adotadas novas ações para garantir a proteção dos clientes bancários idosos.

Entre as aprovações se destacam a orientação e informação para prevenção a fraudes, possibilidade de a instituição financeira bloquear movimentações ou transações financeiras suspeitas, atípicas ou recorrentes caso o consumidor se declare em situação de abuso patrimonial. Além disso, os funcionários também deveriam ser treinados e capacitados com temas voltados à proteção e direitos dos consumidores idosos e priorização do tratamento de demandas registradas por esse público.

No entanto, a aposentada Maria Bonfim, de 69 anos, afirmou ao Farol da Bahia que nunca recebeu nenhum tipo de orientação quanto à proteção e segurança bancária. Segundo ela, também nunca foi vítima de golpes porque sempre vai nos bancos acompanhada e quando precisa fazer o Pix, pede ajuda aos netos ou filhos. "Sempre vou acompanhada quando preciso resolver algo no banco porque tenho medo de fazer alguma coisa errada", disse. Questionada sobre confiar nos servidores atendentes, ela pontuou que nem todos são gentis e por isso só tira dúvida do que realmente é necessário.  

Em uma cartilha do Banco do Brasil, feita para os funcionários sobre como devem atender os perfis de clientes, o banco destacou que o respeito deve sobressair no atendimento, já que todos serão idosos um dia. "Tenha consciência de que nem todos os idosos têm limitações, nem todos necessitam de ajuda. Antes de fazer qualquer coisa pergunte, mas nunca deixe de oferecer auxílio. Todos seremos idosos um dia; portanto, tenha paciência e trate-os com respeito", diz o trecho do documento. 

Ao compartilhar a experiência de longos anos, dona Anaide Oliveira, de 76 anos, contou que há muitos funcionários educados, mas que já houve situações em que ela se sentiu culpada por não compreender a orientação de um atendente e perceber que ele não teve paciência em dar continuidade. "Depois que fui ficando mais velha, senti a necessidade de estar acompanhada de alguém porque não é sempre que somos bem atendidos. Pelo menos acompanhada do meu filho, eu não fico com dúvidas", disse. 

Ela contou que, ao contrário de Maria Bonfim, recebeu orientação sobre a utilização do pix, mas que não deu prosseguimento por achar inseguro. "Não confio nisso de pix. Prefiro sacar e entregar na mão da pessoa ou ir diretamente no banco depositar", disse. 

Tecnologia 

Com as tecnologias cada vez mais imersas no dia a dia dos brasileiros, um ano após o lançamento do Pix, o ano de 2021 encerrou com 71% de adesão no país, sendo seus maiores usuários os jovens. Por outro lado, a ferramenta só foi utilizada por 37% dos idosos. Para eles, o dinheiro na mão ainda segue sendo a forma mais segura.

"Eu uso Pix se meus netos estiverem do meu lado para me ajudar, mas sozinha eu nunca faço. Prefiro ir ao banco para fazer os pagamentos", explicou dona Maria. 

E dona Maria não está errada em se prevenir. Os idosos são as principais vítimas de golpes virtuais e pelo menos três em cada 10, já caíram em uma armação, diz estudo da Febraban. Entre os golpes mais comuns estão clonagem do WhatsApp, falsa conta do WhatsApp, falso funcionário do banco e bug do pix. 

A Fabraban também listou alguns cuidados que todos, principalmente os idosos, devem ter:

O banco nunca liga para o cliente pedindo senha nem o número do cartão;
Também em hipótese alguma vai mandar alguém para a casa do cliente para retirar o cartão;
Bancos nunca ligam para pedir para realizar uma transferência ou qualquer tipo de pagamento;
Ao receber uma ligação dizendo que o cartão foi clonado, o cliente deve desligar, pegar o número de telefone que está no cartão e ligar de outro telefone para esclarecer a informação;
Recebeu um SMS ou e-mail do banco com um link? Apague imediatamente e ligue para o seu gerente;
Jamais compartilhe sua senha com ninguém.

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