Igreja de São Francisco recebeu última vistoria do Iphan há 9 meses

A Igreja de São Francisco, cujo teto caiu ocasionando a morte de uma turista, na última quarta-feira (5), recebeu a última vistoria do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em maio de 2024, anunciou a autarquia nesta segunda-feira (10). Segundo o instituto, na ocasião, não foram identificados indícios de problemas estruturais que pudessem provocar o desabamento da forração do teto do templo.

"O Instituto já havia emitido auto de infração, em março de 2022, à Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil - Comunidade Franciscana da Bahia, proprietária do bem, em razão da degradação da Igreja por falta de manutenção e conservação. Reforça-se que a Igreja e o Convento de São Francisco são edificações de propriedade privada, cuja responsabilidade pela manutenção e pela preservação são de seu proprietário, assim como a gestão de seu uso", disse o Iphan em nota.

Em entrevista a jornalistas no dia do acidente, o superintendente estadual do instituo, Hermano Queiroz, já havia pontuado que a responsabilidade pela vistoria e manutenção do teto da Igreja de São Francisco de Assis não é dos órgãos públicos, mas da Ordem Franciscana. 

"A gestão desses templos todos, eles são da própria igreja, não é o poder público quem vai alimentar essas ações de fiscalização o tempo inteiro, né, porque cada proprietário que cuida do seu. Quer dizer, você cobra um ingresso para entrar, então você investe nesse tipo de gestão que faz parte de qualquer outro bem que recebe público", declarou o superintendente na ocasião.

O Iphan havia agendado uma vistoria técnica para a quinta-feira (6), um dia após o desabamento do teto da igreja, atendendo ao comunicado que havia sido enviado três dias antes pelos frades da Ordem Franciscana. Segundo a autarquia, no documento, eles informaram a existência de uma dilatação no forro do teto da nave central, sem, contudo, expressar caráter de urgência. "Tampouco houve qualquer comunicado à Defesa Civil Municipal, Corpo de Bombeiros ou outros órgãos a respeito de eventuais riscos", destacaram.

Obras emergenciais

O Iphan disse ainda que realizará a contratação das obras emergenciais que englobarão escoramento, estabilização, acesso e segurança do monumento e dos trabalhadores envolvidos. Ainda nessa etapa, o instituto anuncia que serão realizados os trabalhos de diagnóstico, triagem, catalogação, higienização, proteção e armazenagem das estruturas e bens artísticos que serão restaurados e remontados em uma segunda etapa.

O Iphan já havia contratado, por R$ 1,2 milhão, uma empresa especializada para elaboração do projeto de restauração completa do complexo formado pela igreja e convento de São Francisco de Assis.