Imaturidade do cérebro: Como a infância define a saúde mental do futuro!

Especialista explica como traumas e interações familiares influenciam o desenvolvimento cerebral das crianças

Por Michel Telles
Ás

Imaturidade do cérebro: Como a infância define a saúde mental do futuro!

Foto: Divulgação

O cérebro infantil é imaturo, e isso explica muitos comportamentos típicos das crianças, como birras, impaciência e dificuldade em ouvir os pais. O cérebro ainda em formação não possui a capacidade total de autorregulação e controle emocional, especialmente no que diz respeito ao córtex pré-frontal, a região responsável por essas funções. "Essa área do cérebro só atinge sua maturidade na idade adulta", explica Telma Abrahão, biomédica especialista em desenvolvimento infantil e Psiconeuroimunologia Clínica.

A imaturidade cerebral nas crianças é uma das principais razões pelas quais seus comportamentos são muitas vezes incompreendidos pelos adultos. Segundo Telma, os pais e educadores precisam lembrar que as crianças não nascem prontas para lidar com as situações da mesma maneira que os adultos. "Quando gritamos ou punimos, estamos dificultando ainda mais o amadurecimento das funções cerebrais que tanto cobramos delas", afirma.

O desenvolvimento cerebral é altamente influenciado pelas experiências vividas na infância, e o ambiente em que a criança cresce pode ter um impacto duradouro em sua saúde emocional e comportamental. "Ambientes seguros e acolhedores favorecem o desenvolvimento saudável, enquanto a exposição à negligência ou violência pode prejudicar a formação de conexões neurais essenciais para a regulação emocional e aprendizado", destaca Telma.

De acordo com Telma, traumas na infância podem deixar marcas profundas no cérebro da criança. "Uma criança que cresce sem segurança emocional pode se tornar mais desconfiada e agressiva, pois seu cérebro aprende a perceber o mundo como uma ameaça constante", explica a especialista. Esses padrões podem refletir em dificuldades emocionais ao longo da vida, como insegurança, ansiedade e problemas de relacionamento.

A especialista também observa que muitos pais repetem padrões de educação com os quais foram criados, como gritos ou castigos físicos. "A violência gera violência, e o respeito se ensina com respeito", ressalta Telma. Para romper esse ciclo, ela defende a importância da reeducação emocional dos pais. "Se queremos que nossos filhos cresçam emocionalmente saudáveis, precisamos trabalhar nosso próprio autoconhecimento e inteligência emocional", afirma.

Com base em anos de estudos e pesquisas nos Estados Unidos, onde vive, Telma Abrahão desenvolveu a abordagem educacional Neuroconsciente, que ajuda pais e profissionais da saúde e educação a compreenderem o impacto da infância na saúde e no comportamento do indivíduo.”A chave para o Neurodesenvolvimento saudável é criar um ambiente com relacionamentos de qualidade e onde a criança se sinta segura e amada ", conclui a especialista.

 

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