Imprensa do terrorismo
A guerra contra a Covid-19 vai além de imposições dos governos estaduais. Leia o editorial

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O Brasil vive à beira de um perigoso Estado de Exceção, uma situação específica e emergencial imposta pela pandemia da Covid-19 (novo coronavírus). O momento é peculiar, que demanda uma atenção maior com hábitos diários de higiene básica e uma monitoração mais atenta dos órgãos e aparelhos de saúde do país.
Há ao menos quatro meses em grande circulação pelo mundo, a doença não é fantasiosa, no entanto, o alarmismo de parte da imprensa mais algumas medidas aniquiladoras dos governos, colocam a população brasileira na eminência de uma inestimável decadência, principalmente em termos econômicos.
A quarentena, que deve se estender por mais dias, talvez meses, deve ser urgentemente revisada. A lógica é bastante simples e fácil de ser elucidada: uma nação sem o mínimo funcionamento de atividades econômicas de diversas naturezas está, óbvio, fadada ao abismo.
O trunfo dos governos estaduais em manter o confinamento e, assim, manter pujante a nefasta politização durante a guerra à Covid-19, é o escandaloso terrorismo de manchetes de jornais, que optam por explorar a tragédia, escancarar o pânico e distribuir o medo. Pautar a morte vende mais do que noticiar as aspirações de um futuro em que se enfrenta o vírus, mas cara a cara, não encolhidos em casa.
O tempo urge e, contra a recessão, a imprensa pode ajudar – e muito. Por que não questionar o número de mortos pela Covid-19, alçadas à contabilidade oficial do país pelos próprios governos? Por que não mobilizar reportagens de campo em hospitais e averiguar a situação atual e de que forma se pode exigir melhorias, se a demanda de fato existir?
A dimensão da disseminação e o mal provocado pela Covid-19 permanecerá obscuro, ou escondido, enquanto a ‘realidade’ for ficção para uso político, numa trama em que é a população a mais prejudicada.