Incêndios no Pantanal têm aumento de mais de 1000% e bacia do rio Paraguai tem seca recorde
Uma das principais cidades do Pantanal sul-mato-grossense, Corumbá, não há chuvas a mais de 50 dias
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
A temporada das chamas no pantanal, prevista para começar em julho deste ano, começou mais cedo e com muito mais força. Os focos de incêndio nos seis primeiros meses de 2024 tiveram um aumento de 1025%, se comparados com o mesmo período de 2023, no Mato Grosso do Sul e no Mato Grosso. Ademais, o Rio Paraguai, a principal bacia do bioma, registrou seca recorde: 2 metros abaixo da média.
Segundo dados do Programa de BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelam que, o Pantanal em 2024 já tem o maior índice de incêndios desde 2010, atrás apenas de 2020, quando o fogo consumiu cerca de 4 milhões de hectares (26% do bioma). As chamas que seriam entre os meses de julho e agosto, poderiam durar até seis meses.
Uma das principais cidades do Pantanal sul-mato-grossense, Corumbá, não chove há mais de 50 dias, de acordo com meteorologistas da região. Com os incêndios florestais e a baixa umidade do ar, uma densa fumaça se concentra sobre a cidade. Com o risco da aproximação do fogo, crianças tiveram que ser evacuadas de uma escola ribeirinha do município, e tiveram as aulas suspensas por 10 dias.
O Rio Paraguai abrange 48% do estado do Mato Grosso e 52% do Mato Grosso do Sul. Levantamentos do Serviço Geológico do Brasil (SGB), registraram que o nível do rio em Ladário, cidade vizinha à Corumbá, tem registrado quedas ou estabilidade na medição há cerca de um mês.
A estimativa era que o rio em Ladário caísse 3,85 metros, média histórica, na última sexta (7). Porém, a régua de ladário marcava 1,38cm, ou seja, o Rio Paraguai estava 2 metros e 47 cm abaixo do esperado. O pesquisador em Geociências da SGB Marcus Suassuna, explicou ao G1, que isso é devido ao prolongamento do período seco de 2023 e pelas poucas chuvas de 2024.
A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), fez um alerta crítico de escassez na bacia do Paraguai, em maio deste ano, por conta do cenário crítico e queda drástica do nível d'água do rio, por toda extensão.