Indústrias e centrais sindicais consideram corte na Selic conservador
Segundo entidades há espaço para reduções maiores
Foto: Marcello Casal Júnior/ Agência Brasil
O Setor produtivo classificou o corte de 0,5 ponto percentual na taxa Selic como tímida. Entidades da indústria e centrais sindicais afirmam que há espaço para reduções maiores nas próximas reuniões do órgão Comitê de Política Monetária (Copom), responsável por definir a taxa básica de juros.
No ponto de vista da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Banco Central foi “extremamente conservador”.
“O cenário de controle da inflação justifica plenamente a redução da Selic em ritmo mais acelerado, e é isso que a CNI espera que seja feito nas próximas reuniões do Copom. É preciso - e possível - mais agressividade para que ocorra uma redução mais significativa do custo financeiro suportado por empresas e consumidores”, destacou em nota o presidente da CNI, Ricardo Alban.
Para a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), já há espaço para cortes mais intensos nas próximas reuniões. “O atual patamar da taxa de juros ainda limita a capacidade produtiva do país. Em 2023, as concessões de crédito às empresas diminuíram e os dados recentes confirmaram o baixo dinamismo da atividade industrial”, avalia a entidade.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), ligada à Central Única dos Trabalhadores (CUT) ressaltou que o Brasil continua com uma das taxas de juros reais (juros menos inflação) mais altas do mundo, em torno de 8% ao ano, e que esse nível compromete o desenvolvimento do país.
“É um absurdo o Banco Central manter a Selic neste patamar. Não há cenários de risco de inflação no país que justifiquem manter a taxa básica de juros no patamar atual. Já deveríamos estar com a Selic abaixo dos 10%, no final deste ano”, criticou a presidenta da (Contraf) e vice-presidenta da CUT, Juvandia Moreira.