"Infeliz, inadequado, inoportuno", diz Pacheco sobre declarações do ministro Luís Roberto Barroso

O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que a declaração do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, foi "inadequada, inoportuna e infeliz". Barroso disse, durante o congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) na última quarta-feira (12),que o direito à manifestação é sagrado e que o grupo estava "reproduzindo o bolsonarismo". 

“A presença do ministro em um evento de natureza política, uma fala de natureza política, é algo infeliz, inadequado, inoportuno. O que espero é que haja por parte do ministro Luís Roberto Barroso uma reflexão sobre isso e, eventualmente, uma retratação no alto da sua cadeira de ministro do STF e prestes a assumir a presidência da Suprema Corte”, disse Pacheco.

O ministro comparou a resistência dos estudantes à censura da ditadura militar e afirmou que também venceria o desafio representado pelo bolsonarismo, enfatizando a importância da democracia e da manifestação livre.

Essa declaração não foi bem recebida pelos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Os deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG), Bia Kicis (PL-DF) e Carlos Jordy (PL-RJ) anunciaram sua intenção de entrar com um pedido de impeachment contra o ministro Barroso.

Durante o evento, estudantes ligados à Juventude Faísca Revolucionária e ao Movimento Revolucionário de Trabalhadores (MRT) exibiram faixas contrárias a Barroso e em apoio ao piso salarial da enfermagem. Em nota, a presidente da UNE, Bruna Brelaz, manifestou repúdio à "atitude antidemocrática de grupos minoritários" direcionada ao ministro.