Influencer que perdeu o lábio por uso de PMMA, compartilha resultado após reconstrução
Mariana Michelini só conseguiu iniciar as cirurgias de reconstrução, após três anos; o caso está em segredo de Justiça
Foto: Reprodução/RedesSociais
A influenciadora Mariana Michelini, de 36 anos, que perdeu o lábio em uma harmonização com PMMA (polimetilmetacrilato) em 2020, expôs o resultado após as cirurgias de reconstrução. o processo começou em dezembro de 2023, foi feito em Palhoça e Aranranguá, em Santa Catarina.
Em entrevista ao g1, a influenciadora disse que ganhou uma transformação no cabelo, não usa mais máscara para sair de casa e está, enfim, "retornando a autoestima". "Já comprei um batom vermelho para usar no final de tudo e ser um momento especial", comentou.
Mariana divulga a rotina de cuidados nas redes sociais desde as primeiras intervenções. Após as cirurgias, ela passou a ser acompanhada por dermatologistas, procedimentos menos invasivos, que incluem preenchimentos com ácido hialurônico (absorvido pela pele ao longo do tempo) e laser para tratar fibrose.
Entenda o caso
Tudo começou no final de 2020 quando Mariana fez uma harmonização fácil com uma profissional de Matão (SP), cidade onde mora. Ela passou meses sofrendo com inchaços e dores e ela descobriu que o produto utilizado foi PMMA - substância plástica de caráter permanente, utilizada como preenchedor, às vezes de forma indiscriminada em função de seu baixo custo, podendo gerar reações adversas locais imprevisíveis, que geralmente surgem até anos após a aplicação.
Nos seis primeiros meses, Mariana afirmou que não teve problemas e que até conseguiu mais trabalhos por conta do resultado. No entanto, na manhã de junho de 2021, ela acordou com o rosto inchado e com muita dor. Ela procurou a profissional e percebeu que ela estava nervosa e não sabia o que fazer. Precisou retirar o lábio superior por conta disso, e somente três anos depois ela começou a fazer as cirurgias para a reconstrução do rosto.
Um boletim de ocorrência foi registrado na Polícia Civil de Matão e um processo sobre o caso está em andamento. O processo judicial impede ela e a defesa de mencionar o nome da profissional responsável, mas, segundo as apurações do g1, o caso envolve a dentista Damaris Grace de Jesus.
O advogado de defesa da dentista, Marcos Tulio Paranhos Costa, disse que não pode se manifestar sobre as particularidades do processo, pois está em segredo de Justiça. O Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (Crosp) informou por meio de nota, que o caso é apurado pela Comissão de Ética e o prazo para a conclusão é de até 5 anos.
Mariana disse que foi enganada pela profissional: ao invés de ácido hialurônico, o PMMA foi injetado sem o seu conhecimento.
O uso do PMMA iniciou-se na década de 1940, sendo utilizado como cimento ósseo
A substância era utilizada na cirurgia craniofacial e cirurgias ortopédicas. Apesar do uso para fins estéticos ser liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), não é recomendado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Sua venda não é restrita, de modo que profissionais não médicos podem fazer aplicações.