Influenciador, casal de rifeiros e cinco militares são presos em operação contra lavagem de dinheiro por meio de rifas ilegais
Mandados de prisão foram cumpridos nos municípios de Vera Cruz, Juazeiro, Salvador e São Paulo
Foto: Reprodução/Redes Sociais
A Polícia Civil da Bahia realiza na manhã desta quarta-feira (9) a segunda fase da “Operação Falsas Promessas”, contra um esquema de lavagem de dinheiro oriundo de rifas ilegais. Até o momento, 22 pessoas foram presas suspeitas de integrar a organização.
Segundo informações da TV Bahia, entre os presos estão cinco militares, o casal de "rifeiros" José Roberto Santos - mais conhecido como Nanam Premiações - e Gabriela Silva, além do influenciador digital Ramhon Dias.
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Nanam e Ramhon já haviam sido presos na primeira fase da operação, em setembro de 2024. Ambos utilizavam tornozoleira eletrônica. Ramhon Dias, que tem 427 mil seguidores, foi encontrado pela polícia em São Paulo. Já Nanam Premiações e Gabriela Silva, que juntos somam mais de 250 mil seguidores, estavam em um condomínio de luxo, na Estrada do Coco, na Região Metropolitana de Salvador. Os três são apontados como líderes do esquema.
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Um dos cinco policiais presos é Lázaro Andrade, conhecido como Alexandre Tchaca, que tem mais de 160 mil seguidores nas redes sociais. Antes de ser preso, ele publicou um vídeo dizendo que recebeu informações sobre o processo, que corre em segredo de Justiça.
“Eu tenho que cair atirando e assim que a vida é. Desde de novembro eu recebi um informe de que haveria um mandato de busca e apreensão em meu desfavor e de outros colegas policiais. Recebi um print do processo, que corre em segredo [...] Eu não vou aceitar que pessoas nenhuma tentem manchar minha imagem por conta de coisas que eu não possa ainda aqui falar”, declarou Lázaro.
Tchaca é filiado ao PSDB e disputou as eleições municipais em 2020 e 2024 como vereador, mas não conseguiu se eleger em nenhum dos dois pleitos. No ano passado, o PM foi punido com 15 dias de detenção no Batalhão de Polícia de Choque, em Lauro de Freitas, após responder a um processo administrativo disciplinar por divulgar material político-partidário nas redes sociais.
Segundo a Polícia Civil, as investigações apontam que policiais da ativa e ex-PMs ofereciam proteção, forneciam informações privilegiadas e, em alguns casos, atuavam diretamente como operadores das rifas.
A organização utilizava as redes sociais para divulgar rifas de centavos com prêmios de alto valor, como carros de luxo. No entanto, a operação identificou que os sorteios eram manipulados e os prêmios frequentemente entregues a integrantes da própria organização, com o objetivo de legitimar o esquema e ampliar os lucros.
Durante os cumprimentos de mandados de busca foram apreendidos veículos de luxo, relógios, dinheiro, celulares e notebooks. O Poder Judiciário autorizou o sequestro de até R$ 10 milhões por CPF ou CNPJ investigado, somando um bloqueio total de R$ 680 milhões em bens e valores. Ao todo, os alvos foram presos nos municípios de Vera Cruz, Juazeiro, Salvador e São Paulo.
A operação é coordenada pelo Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco-LD), com apoio das principais unidades táticas da Polícia Civil, além do acompanhamento da Corregedoria da Polícia Militar, responsável pela apuração disciplinar dos agentes públicos envolvidos.
Veja imagens dos materiais apreendidos:
