Influenciador suspeito de desviar mais de R$ 146 milhões via Pix é liberado, afirma defesa
Gabriel Spalone é o principal alvo da “Operação Dubai”, sendo considerado foragido desde a última terça-feira (23)

Foto: Reprodução/Redes sociais
Após ser detido pelo Setor de Imigração no Aeroporto Internacional do Panamá, o influenciador e empresário Gabriel Spalone, suspeito de integrar um esquema de desvio de R$ 146 milhões via PIX, foi liberado na tarde deste sábado (27). A informação foi confirmada pela defesa do investigado e divulgada pelo G1.
De acordo com o advogado Eduardo Maurício, representante de Spalone, as autoridades do Panamá foram informadas de que o empresário não possui ordem de prisão internacional nem consta na lista de procurados da Interpol. Com isso, ele foi liberado e seguirá viagem para Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
"A decisão [de liberar] foi fundamentada no pedido de liberdade feito pela defesa, que acatou a tese de imediata liberação do influencer, já que Spalone não possui uma ordem de detenção internacional e inclusão na lista da Interpol, e que sua prisão, ilegal e abusiva, teria sido realizada no Panamá por um pedido da autoridade policial civil de São Paulo sem qualquer validade no campo jurídico internacional, já que desrespeitou o princípio da legalidade e sobretudo normas de cooperação jurídica internacional", afirma a nota enviada ao G1.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) e a Polícia Federal ainda não se pronunciaram sobre a liberação de Spalone.
A prisão
Gabriel Spalone é proprietário das fintechs Dubai Cash e Next Trading Dubai, além de possuir mais de 800 mil seguidores no Instagram. Ele é o principal alvo da “Operação Dubai”, da Polícia Civil de São Paulo, sendo considerado foragido desde a última terça-feira (23).
O empresário é alvo de um mandado de prisão temporária, suspeito de integrar um esquema que desviou R$ 146 milhões via PIX de um banco e de empresas.
Segundo informações da TV Globo, ele deixou o Brasil na última sexta-feira (26), com o objetivo de ir até Dubai. Ele foi até o Paraguai, onde comprou uma passagem para Nova York, nos Estados Unidos, com escala no Panamá.
Ao chegar ao Panamá, o empresário desistiu de ir para os EUA e comprou uma nova passagem com destino à Holanda. No entanto, quando tentava embarcar no avião, ele foi detido pelas autoridades locais.
Entenda o esquema
De acordo com a polícia, os suspeitos usaram a credencial de uma prestadora de serviços para desviar os valores de um banco, em fevereiro deste ano
A Polícia Civil constatou que o esquema utilizou 10 contas mantidas junto à entidade bancária para recebimento dos valores. As investigações apontaram também que os golpistas utilizaram o Pix como meio de transferência.
A Operação Dubai, como foi batizada, buscava cumprir ainda mais quatro mandados de busca e apreensão na capital paulista. Ainda conforme a polícia, boa parte do dinheiro desviado foi estornado. Os presos devem responder pelos crimes de furto mediante fraude e associação criminosa.