Inscrições do Sisu terminam nesta sexta-feira (9) com reclamação de candidatos sobre modelo de classificação
Polêmica mudança sobre uso de notas nas opções de curso introduzida pelo MEC em 2020 foram mantidas neste ano
Foto: Reprodução/Agência Brasil
As inscrições para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que serão encerradas nesta sexta-feira (9), são frequentemente comparadas a um leilão. As notas dos candidatos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) são ranqueadas para concorrer a uma vaga em uma universidade pública. A classificação de aprovados pode ter alterações no período em que o Sisu opera.
A entrada repentina de alguém com bom desempenho pode bagunçar a tabela de classificação. Em 2020, além das 209.190 mil vagas ofertadas, distribuídas em 5.685 mil cursos de graduação, um outro elemento foi adicionado ao modelo. A nota de um candidato agora é ranqueada nas duas escolhas de curso/universidade (embora, ao final, a matrícula só possa ser feita apenas na opção indicada como principal).
Ou seja, a pontuação no Enem que está elevando a nota de corte pode ser descartada da disputa ao encerramento das inscrições. A mudança foi introduzida pelo Ministério da Educação no ano passado sem aviso aos candidatos. No começo, suspeitava-se de uma falha, o que motivou nas redes sociais a hashtag #erronosisu e o aparecimento de termos como "dupla classificação" ou "nota fantasma".
Para Madson Molina, coordenador do curso Anglo, "essa dúvida faz parte do jogo, é a regra". Ele compara com o mercado de ações as flutuações e as incertezas envolvidas. Assim como fazem investidores, afirma Molina, um dos caminhos é analisar dados anteriores para fazer suas apostas.
O modelo "gera uma ansiedade nos alunos", diz Alexandre Pereira, professor de biologia e tutor do colégio e curso pH. "O candidato pode não ler corretamente a situação sobre a vaga desejada e acaba fazendo outras opções de universidades e até mesmo de curso."