Insegurança alimentar ainda atinge 1,3 milhão de famílias no Brasil
Apesar do Bolsa Família, alta nos preços compromete acesso a uma alimentação adequada

Foto: Tony Winston/Agência Brasília
Mesmo com o suporte do Bolsa Família, 1,3 milhão de famílias brasileiras seguem abaixo da linha da pobreza e enfrentam dificuldades para garantir uma alimentação suficiente e de qualidade. O dado foi apresentado pela Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan), órgão vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Social.
O aumento no custo dos alimentos tem sido um dos principais desafios, agravando a insegurança alimentar ao reduzir tanto a quantidade quanto a qualidade dos produtos acessíveis às famílias de baixa renda. Outras despesas essenciais, como moradia e transporte, também pressionam o orçamento doméstico.
Para enfrentar essa situação, o governo lançou o 3º Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (2025-2027), publicado no Diário Oficial da União na última quarta-feira (5). O documento reforça a necessidade de políticas para conter a inflação dos alimentos e alerta que o consumo crescente de produtos ultraprocessados, por serem mais baratos, pode comprometer a nutrição da população.
Diante desse cenário, o governo busca alternativas para reduzir os preços dos alimentos. O vice-presidente Geraldo Alckmin se reunirá nesta quinta-feira (6) com representantes do setor produtivo e membros do governo para discutir soluções.
Apesar dos desafios, o Ministério do Desenvolvimento Social destacou avanços na redução da pobreza. Nos últimos 21 meses, 665 mil famílias beneficiárias do Bolsa Família saíram da condição de extrema pobreza. O governo reafirma o compromisso de retirar o Brasil do Mapa da Fome até 2026 e prevê a implementação de 18 estratégias e 219 ações voltadas à segurança alimentar, com foco especial na Amazônia e nos impactos das mudanças climáticas sobre a produção e o acesso aos alimentos.