INSS amplia uso de inteligência artificial na análise de benefícios
Agilidade do sistema automatizado divide opiniões
Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil
O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) tem adotado uma crescente análise automatizada de benefícios, buscando agilizar o processo e lidar com a fila de espera, que atualmente atinge 1.794 milhões de requerimentos. Entre 2022 e 2023, a utilização de inteligência artificial aumentou de 17% para 23%, e a meta é alcançar 50% de automação das análises até 2026, em uma melhoria significativa em relação aos 10% registrados até 2021.
Essa medida foi implementada como uma estratégia para lidar com a enorme fila de espera de mais de 1.7 milhão de solicitações de benefícios. Contudo, a ampliação da análise automática tem gerado controvérsias, especialmente após casos como o de um trabalhador que teve seu pedido de aposentadoria negado em apenas seis minutos, sem que documentos específicos fossem adequadamente considerados.
Apesar da agilidade proporcionada pela automação, surgem preocupações sobre a efetividade desse método em lidar com situações mais complexas e específicas. Esse foi o caso do trabalhador que teve seu pedido de aposentadoria negado em um curto período de tempo, sem que a documentação que comprovava seu direito ao benefício fosse devidamente analisada. Especialistas apontam que a automação pode atropelar procedimentos legais e omitir a possibilidade de uma análise detalhada, que poderia levar em conta peculiaridades dos segurados e evitar decisões inadequadas.
O uso de robôs na concessão de benefícios previdenciários é alvo de críticas por parte dos servidores do INSS, que defendem a análise criteriosa de cada pedido, mas enfrentam dificuldades devido ao quadro enxuto de pessoal, mesmo após a contratação de mil funcionários por meio de concurso.
A automação é considerada por alguns como menos cuidadosa do que uma análise feita por técnicos humanos, pois os robôs não conseguem lidar com a diversidade de situações que permeiam a vida dos segurados. A direção do INSS afirma que o sistema automático veio para ficar e depende de investimentos em tecnologia e interligação com outros órgãos.