Produção de petróleo no Brasil deve crescer até 80% em 10 anos
País vai passar dos atuais 3 milhões para 5,4 milhões de barris por dia, em 2029
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Estimativas apontam que a produção nacional da commodity vai passar de três milhões de barris por dia, em 2022, para 5,4 milhões de barris diários, em 2029. A mudança representa um salto de 80% nos números.
Apesar de alto, os dados não resultam de especulações a respeito de descobertas de campos petrolíferos, ou mesmo, do avanço sobre novas fronteiras exploratórios. De acordo com o professor Helder Queiroz, do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ao Metrópoles, já está, em grande medida, “contratada”.
Esse é o resultado do aumento da produtividade de áreas já em exploração e da entrada de novas plataformas em atividades nessas regiões. “E todo o crescimento está fortemente concentrado no pré-sal”, diz Queiroz.
O Campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos, houve uma produção de 1 bilhão de barris de petróleo em cinco anos de atividade. O que equivale a uma média diária de 550 mil barris por dia. Atualmente, esse número está em torno de 700 mil diários. "Mas especialistas acreditam que pode chegar a 2 milhões de barris por dia nos próximos cinco anos"," completa o professor.
Atualmente, o Brasil é o nono maior produtor de petróleo do mundo, mas a expectativa é de que até o fim desta década, deve ocupar a quinta posição nesse ranking. Para o pesquisador do FGV Energia, o economista João Victor Marques Cardoso, essa mudança de status tem um desdobramento geopolítico adicional.
“Atualmente, os principais polos de produção de óleo e gás do mundo estão cercados por um contexto muito complexo, como o Oriente Médio, a Rússia e alguns países africanos, que convivem com tensões sérias”, diz Cardoso, acrescentando que, não raro, esses problemas descambam para conflitos. “Já o Brasil terá um volume relevante de produção e será uma fonte mais confiável de fornecimento do produto sob esse ponto de vista.”