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Interlocutores do PT no agro não representam setor, diz Aprosoja-MT

Segundo associação, nomes divergem dos “valores conservadores” do setor

Por Da Redação
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Interlocutores do PT no agro não representam setor, diz Aprosoja-MT

Foto: Roque de Sá/Agência Senado | Agência Câmara | Divulgação

De acordo com uma decisão unânima da assembleia da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), três nomes do agronegócio que integraram a campanha do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) divergem dos “valores conservadores” do setor e não têm legitimidade para representá-los em Brasília.

A importante associação do Estado, que é o maior produtor de soja, milho, algodão e bovinos do Brasil, afirmou, em nota, que o senador Carlos Fávaro (PSD), Neri Geller (deputado federal cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral) e o empresário Carlos Augustin não podem representar o segmento como interlocutores em Brasília.

Fávaro e Geller selaram aliança com Lula durante a campanha em contraste com o majoritário apoio dos integrantes da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) ao atual presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Ao apoiar as políticas do Partido dos Trabalhadores (PT), que inclusive, apoiam invasões de propriedades privadas, Carlos Fávaro, Neri Geller e Carlos Augustin entraram diretamente em divergência com os valores conservadores da classe produtora”, diz a nota da associação.

Em seu programa de governo, Lula diz apoiar a reforma agrária e historicamente defende a desapropriação de áreas improdutivas.

Questionada nesta segunda-feira se essa posição indicaria que a entidade não reconheceria o governo eleito, a associação afirmou que não se trata disso, acrescentando que o presidente da associação Fernando Cadore “não se pronunciou sobre os resultados das eleições porque a Aprosoja-MT é apartidária”.

A assessoria de imprensa da Aprosoja-MT afirmou ainda que a entidade ainda não discutiu quais seriam os representantes da Aprosoja-MT em Brasília, após ser questionada.

A Aprosoja-MT afirmou que também não discutiu se indicará algum representante para conversar com o governo eleito. A assessoria disse, após ser questionada, que não foi discutido em assembleia o que o governo eleito precisaria fazer para ter interlocução com a Aprosoja-MT.

A associação declarou ainda que os associados decidiram que a entidade deverá se retirar do Instituto Pensar Agro (IPA), caso Fávaro, Geller e Augustin sejam interlocutores do novo governo para o agronegócio. O IPA dá suporte à Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).

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