Investigados por 'Abin paralela' discutiram tiro na cabeça de Moraes, diz PF
A PF deflagrou a quarta fase da operação relacionada ao tema e prendeu agentes que trabalhavam diretamente para Alexandre Ramagem
Foto: Lula Marques/ Agência Brasil
Integrantes da chamada "Abin paralela" na gestão de Jair Bolsonaro (PL) afirmaram em trocas de mensagens que o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes merecia um tiro na cabeça e outras ações violentas, aponta relatório da Polícia Federal sobre o caso.
Nesta quinta-feira (11), a PF deflagrou a quarta fase da operação relacionada ao tema e prendeu agentes que trabalhavam diretamente para Alexandre Ramagem, atual deputado federal, pré-candidato do PL à Prefeitura do Rio de Janeiro e ligado ao vereador Carlos Bolsonaro (PL), que também é investigado.
As prisões foram autorizadas por Moraes. São cumpridos mandados de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão em Brasília, Curitiba, Juiz de Fora, Salvador e São Paulo.
Em uma conversa em agosto de 2021 sobre investigações sob a responsabilidade de Moraes entre dois presos nesta quinta, Marcelo Araújo Bormevet e Giancarlo Gomes Rodrigues, um deles diz que "esse careca tá merecendo algo a mais".
Outro responde: "Só [fuzil] 7.62". O interlocutor acrescenta: "head shot" [tiro na cabeça].
Em outra conversa sobre a possibilidade de Moraes ser destituído do cargo de ministro, um deles afirma: "Com esse careca filho da puta só tiro mesmo. Impeachment dele não sai".
Segundo a PF, "os investigados Giancarlo e Bormevet, por oportuno, foram intimados para prestarem esclarecimentos sobre os fatos colacionados".
"O primeiro encaminhou atestado de saúde para justificar o não comparecimento, o segundo se reservou ao direito sagrado ao silêncio sob a justificativa de não ter tido acesso às diligências de análise em andamento".