Investimento de R$ 46,8 bi dos EUA no Fundo Amazônia pode não passar no Congresso Americano

John Kerry, enviado especial sobre o clima dos Estados Unidos, esteve recentemente no Brasil para tratar com autoridades locais sobre ações de combate a mudanças climáticas. Na ocasião, Kerry se encontrou com inúmeras autoridades brasileiras, entre elas a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva. 

Os dois se encontraram no último dia 28, o enviado especial falou em uma possível contribuição dos EUA de US$ 9 bilhões, equivalente a R$ 46,8 bilhões, no entanto, especialistas apontam que a proposta soa mais como uma propaganda política do que um investimento a ser de fato implementado.

"É uma propaganda diplomática para os dois governos. É como se dissessem 'temos essa iniciativa e queremos ajudar, mas dependemos do Congresso'", aponta o professor da Universidade de Brasília (UnB) Virgílio Arraes, especialista em história dos Estados Unidos, ouvido pelo R7.

Para a cientista política e professora de relações internacionais Denilde Holzhacker, as disputas dentro dos partidos que ocorrem neste ano nos EUA será um fator de dificuldade. "Neste ano, começam as disputas dentro dos partidos para a eleição presidencial do ano que vem, então, isso é um fator de dificuldade", destaca, ao sugerir que o foco dos trabalhos dos congressistas pode não ser em aprovar remessas financeiras para fora das fronteiras americanas.

Os especialistas destacam a dificuldade de uma proposta tão complexa ser aprovada no contexto atua da política norte-americana. Para que de fato sejam feitos pelos Estados Unidos há uma série de etapas a serem cumpridas, a exemplo da aprovação pelo Legislativo norte-americano, formado por Câmara e Senado.