Ipec: 39% dos eleitores mudaram forma de escolher candidatos após manifestações de 2013
40% dos eleitores avaliam que corrupção não diminuiu depois dos atos
Foto: Agência Brasil
A pesquisa Ipec, divulgada pelo jornal O Globo nesta segunda-feira (12), aponta que quatro em cada dez brasileiros dizem ter alterado a forma como escolhem seus candidatos a partir das manifestações de junho de 2013. A proporção de homens com essa certeza é superior à de mulheres: 44% contra 35%. Por outro lado, mais de um terço (35%) afirma o oposto: os episódios não influenciaram em nada seu voto.
O levantamento, feito entre 1º e 5 de junho, revela ainda que as percepções variam por região: no Sul, um quinto (20%) afirma ter apoiado as manifestações se orgulhando disso, enquanto em outras regiões a taxa é de 15%. No Sudeste, 40% não se recordam das manifestações políticas.
Corrupção
Dez anos depois, 40% dos eleitores avaliam que aqueles episódios de 2013 não ajudaram a diminuir a corrupção no Brasil. Outros 35% pensam que houve, sim, uma diminuição do crime. Ao responderem se roubou-se menos dos cofres públicos pós-2013, 11% nem concordam, nem discordam, e os que não souberam responder são 16%.
Manifestações
Em 6 de junho de 2013, o Movimento Passe Livre (MPL) queimou uma catraca de papelão, interrompendo o tráfego na Avenida 23 de Maio, no Vale do Anhangabaú, centro da cidade de São Paulo. Naquela ocasião, os manifestantes lutavam contra o aumento das tarifas do transporte público.
No dia 17 de junho, as ruas da capital paulista seriam tomadas por dezenas de milhares de pessoas, paralisando o trânsito em parte das avenidas mais importantes da cidade. Naquela noite, os protestos já haviam chegado a outras cidades, como Salvador, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Em Brasília, os manifestantes ocuparam a marquise do Congresso Nacional. No dia 20, os participantes dos atos depredaram o prédio do Palácio Itamaraty. Ações do tipo foram vistas durante toda a onda de protestos, desde o primeiro dia.