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Ipec: 81% concordam que Brasil é país racista, mas apenas 11% admitem cometer práticas discriminatórias

Dados são de pesquisa inédita sobre o racismo no país

Por Da Redação
Ás

Ipec: 81% concordam que Brasil é país racista, mas apenas 11% admitem cometer práticas discriminatórias

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A pesquisa Ipec "Percepções sobre o racismo no Brasil", divulgada nesta quinta (27), aponta uma contradição sobre a opinião populacional em relação ao preconceito racial. 

Segundo o estudo, 81% dos entrevistados concordam totalmente ou em parte que o Brasil é um país racista, mas apenas 11% afirmam que têm atitudes ou práticas racistas, 10% que trabalham em instituições racistas, 13% que estudam em instituições educacionais racistas, 12% que sua família é racista, 36% que convivem com pessoas que têm atitudes racistas e 46% que convivem com pessoas que sofrem racismo. 

Mais um dado que se destaca na pesquisa é que se a maioria concorda que o Brasil é um país racista, apenas 65% concorda totalmente (57%) ou em parte (8%) com a criminalização do racismo no país. 

Segundo o estudo, a principal forma de identificação da manifestação do racismo pela população brasileira é violência verbal, como xingamentos e ofensas (66%), seguida de tratamento desigual (42%) e violência física, como agressões (39%). Pessoas pretas são as que mais apontam sofrer racismo, considerando-se a variável raça/cor. Essa é uma evidência que o racismo é mais compreendido a partir da dimensão interpessoal do que da dimensão estrutural.

O estudo foi encomendado pelo Instituto de Referência Negra Peregum e pelo Sistema de Educação por uma Transformação Antirracista (Projeto Seta), e ouviu 2 mil pessoas de 16 anos ou mais, a fim de entender a opinião da população brasileira relativa à percepção sobre racismo. O intervalo de confiabilidade da pesquisa é de 95% e a margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. O estudo teve abrangência nacional, foi realizado em 127 municípios brasileiros das cinco regiões do país durante o mês de abril de 2023.

De acordo com Jaqueline Santos, consultora de monitoramento e avaliação do Projeto Seta, relatora da pesquisa e antropóloga, a negação do racismo no Brasil e sua respectiva invisibilidade se constituiu como um obstáculo para o reconhecimento público e à tomada de decisão para superar as desigualdades sofridas por pessoas pretas, pardas, indígenas e quilombolas. 

“Por um lado existe uma dificuldade de identificar o racismo estrutural e, por outro lado, a dificuldade de identificar o racismo no universo privado pela pessoa respondente, ou seja, no cotidiano das escolas, do trabalho, das famílias e outros espaços de convivência. É possível relacionar o cenário com o baixo percentual de pessoas que aprenderam sobre o racismo nas escolas de forma adequada”, afirma.

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