Israel vai fazer pausas de quatro horas em bombardeios em Gaza, diz Casa Branca
Kirby afirmou ainda que uma segunda passagem, além de Rafah, será aberta para permitir a entrada de mais ajuda humanitária na região
Foto: OMS
O coordenador de comunicações estratégicas do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Kirby, afirmou nesta quinta (9) que Israel vai permitir pausas de quatro horas diariamente nas operações no norte da Faixa de Gaza.
O objetivo é dar tempo para que civis se desloquem para o sul e permitir a chegada de ajuda humanitária. Segundo Kirby, os civis serão avisados com três horas de antecedência sobre o horário dessas janelas.
Questionado sobre como será esse aviso, o americano afirmou que detalhes devem ser fornecidos pelas forças israelenses. Tel Aviv ainda não se manifestou sobre a medida, mas, de acordo com a Casa Branca, haverá um pronunciamento sobre o horário da primeira pausa ainda nesta quinta.
O anúncio ocorre após pressão crescente da comunidade internacional sobre as operações militares em Gaza e no mesmo dia em que o comandante israelense Moshe Tetro disse não haver crise humanitária no território palestino, a despeito das mais de 10 mil mortes e dos milhares de deslocados.
Kirby afirmou ainda que uma segunda passagem, além de Rafah, será aberta para permitir a entrada de mais ajuda humanitária na região.
As negociações entre americanos e israelenses em torno de uma pausa se intensificaram nos últimos dias, com a visita do secretário de Estado, Antony Blinken, à região, e uma ligação entre o presidente Joe Biden e o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu na última segunda-feira (6).
Com base em fontes familiarizadas com o assunto, o jornal britânico Guardian publicou nesta quinta que o premiê israelense rejeitou um acordo de cessar-fogo com grupos palestinos que pausaria o conflito por cinco dias em troca da libertação de alguns dos reféns sequestrados nos ataques do dia 7 de outubro.
De acordo com o jornal, Netanyahu havia descartado a proposta logo após os atentados que mataram cerca de 1.400 pessoas, mas as negociações foram retomadas após a ofensiva terrestre em Gaza, no final de outubro.
Segundo as fontes consultadas pelo Guardian, o premiê se manteve resistente a flexibilizar as propostas. Ele enfrenta, no entanto, pressão crescente para priorizar a libertação dos sequestrados, que estão sendo mantidos presos pelo Hamas em Gaza há mais de um mês. Calcula-se que haja mais de 200 reféns.