Jaques Wagner diz que criação do Auxílio Emergencial ajudou no crescimento de Bolsonaro no Nordeste
Rejeição do presidente caiu de 52% para 35% na região
Foto: Agência Brasil
O senador Jaques Wagner (PT-BA) comentou no sábado (15), em entrevista à CNN Brasil, sobre o forte crescimento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na região Nordeste nos últimos meses. Segundo o senador, o principal fator para a rejeição do presidente cair de 52% para 35% na região foi a criação do Auxílio Emergencial durante a pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.
“É evidente que a questão do Auxílio Emergencial de R$ 600 em cidades e municípios pequenos do Nordeste acaba dinamizando a economia. Gosto de dizer que cerca de 90% das pessoas votam em prosperidade, esperança e bem estar, e não em ideologia. Então, é evidente que o Auxílio que coloca comida no prato de muita gente isso tem trazido ventos favoráveis a ele [Bolsonaro]”, disse Wagner.
Durante a entrevista, Wagner foi questionado se o aumento da popularização de Bolsonaro tende a substituir a força do ex-presidente Lula no Nordeste. Segundo ele, é difícil porque o plano de governo atual não é focado em programas que assegurem uma rede social de proteção.
“Olha, eu acho difícil do ponto de vista macro porque o programa de governo dele [Bolsonaro], tocado por Paulo Guedes, não fala muito sobre de uma rede social de proteção como a gente fez com Lula e Dilma com o Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Luz Para Todo”, afirmou o senador.
Ainda de acordo com o senador, mesmo a criação do programa ‘Renda Brasil’ do governo Bolsonaro não terá forças para substituir o que o governo do PT fez pela população. “Bolsonaro quer entrar com ‘O Renda Brasil’, que, segundo ele [Bolsonaro], é o novo Bolsa Família numa tentativa de dizer que o dele é melhor. Na verdade, ele vai misturar muitos benefícios sociais e deixar num valor de talvez R$250. É claro que isso vai ter repercussão na cabeça das pessoas, mas na minha opinião ele não está inovando nada”, disse.
Combate à corrupção
Em relação aos escândalos de corrupção apontados pela Lava Jato, o senador disse que agora “está ficando tão transparente que o PT não foi o mais atingido por acaso”. Segundo Wagner, o que aconteceu foi que a necessidade era apontar para o PT “para nos tirar das eleições de 2018, eu não tenho dúvidas disso”, disse.
Ainda de acordo com o senador, todo o combate a corrupção tem que acontecer de uma forma perene em qualquer situação. “O melhor combate à corrupção é o controle social. Quando se fala da linha do tempo dessa operação, muita coisa que ainda está por vir, os dossiês são assustadores. As revelações que vão surgir são muitos graves”.
O senador disse ainda, durante a entrevista, que há um novo golpe que se cumpre na modernidade. Segundo ele, houve o impeachment de Dilma, mas não “houve crime”. “gora, nas contas de 2019 do presidente da república foi aprovada com ressalva a pedalada”. Hoje é só uma “ressalva”, mas em 2015 com Dilma “foi um crime de responsabilidade”, concluiu.