Jerônimo critica transições de prefeituras que resultaram em decretos de estado de calamidade na BA: ‘reclamo e não estou poupando’
Seis cidades baianas estão em estado de calamidade; irregularidades no processo de transmissão de cargos são investigadas pelo TCM
Foto: Farol da Bahia
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), teceu críticas aos seis ex-prefeitos que deixaram prejuízos nas cidades de Lauro de Freitas, Jacobina, Juazeiro, Curaçá, Correntina e Ilhéus. Os atuais gestores decretaram estado de calamidade pouco mais de uma semana após a posse.
Em declaração aos jornalistas, nesta segunda-feira (13), em Salvador, o governador disse que não poupa os aliados acusados de irregularidades no processo de transição dos cargos e que as críticas abrangem todos.
“Não sou seletivo, já falei e serve para todos. O dinheiro é público, quem não fez com decência uma transição não tem acordo, eu não concordo com isso. Tem uma lei na Constituição que estabelece que a partir do dia seis de outubro tinha que ter começado a transição e eu não concordo como muitos têm feito. Todos que eu agora recebi eu reclamo, não estou poupando [...] Não tem meu acordo quem não fez uma transição decente”, declarou.
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O Tribunal de Contas dos Município do Estado da Bahia (TCM-BA) investiga irregularidades no processo. Em casos de crime de improbidade administrativa, os ex-prefeitos podem ser punidos com multas e denunciados ao Ministério Público da Bahia (MP-BA).
Entenda o caso
Como mostrado pelo Farol da Bahia, a prefeita de Lauro de Freitas, Débora Regis (União Brasil), acusa a ex-prefeita Moema Gramacho (PT) de comprometer as contas públicas, apontando dívidas previdenciárias superiores a R$ 50 milhões e uma folha de pagamento de dezembro de 2024 não quitada, no valor de R$ 42 milhões.
No norte da Bahia, a atual prefeita de Jacobina, Valdice Castro (PMB) , afirma que as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), enfrentam falta de médicos, insumos e equipamentos. Segundo a gestão, o fechamento do Hospital Municipal Antônio Teixeira Sobrinho sobrecarregou as outras unidades de saúde da rede. O estado de calamidade foi emitido por 180 dias.
Ainda no norte da Bahia, em Juazeiro, o atual prefeito, Andrei Gonçalves (MDB), decretou situação de calamidade financeira, durante 30 dias. De acordo com ele, a medida foi tomada por causa do endividamento do município, que pode impactar na realização de projetos e afetar a continuidade dos serviços públicos.
Na cidade de Curaçá, também no norte, o prefeito Murilo Bonfim (PT) decretou situação de calamidade pública e administrativa, devido à falta de transição, ausência de informação e desaparecimento de documentos.
Em Correntina, no oeste baiano, o prefeito Mariano Correntina (União) declarou calamidade administrativa devido a precariedade das estruturas dos órgãos públicos e sucateamento da frota municipal.
Já o prefeito de Ilhéus, no sul da Bahia, Valderico Junior (União) decretou situação de emergência na saúde pública do município. A prefeitura aponta que a Secretaria de Saúde está abandonada, após a gestão anterior. A gestão pontuou problemas graves como o estado precário da frota de ambulâncias - apenas duas estão em funcionamento, atualmente.
Veja vídeo da declaração de Jerônimo Rodrigues: