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Bahia

Jerônimo defende ação com governo federal para elucidar morte de Mãe Bernadete

Quilombola foi assassinada na última quinta-feira (17), em Simões Filho

Por Da Redação, Ane Catarine Lima
Ás

Jerônimo defende ação com governo federal para elucidar morte de Mãe Bernadete

Foto: Farol da Bahia

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), defendeu na manhã desta segunda-feira (21), em coletiva, a colaboração com o governo federal para esclarecer a morte da líder quilombola Maria Bernadete Pacífico, conhecida como Mãe Bernadete. Ela foi assassinada na noite da última quinta-feira (17) dentro do Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). 

“Confio na Polícia Civil e no nosso sistema de investigação. Fizemos contato com Brasília e estamos na expectativa que esse caso possa ser elucidado. Estamos debruçados, ainda com um forte sentimento pela perda da Mãe Betinha. Assumimos a responsabilidade do Estado em proteger tanto o filho Wellington quanto os netos que presenciaram a morte de sua avó. Nosso sistema de inteligência e segurança está trabalhando muito forte”, disse o governador.

"A morte da Mãe Bernadete nos entristeceu bastante. Nós que conhecemos a Mãe Betinha sabíamos da sua responsabilidade para com os povos tradicionais, de terreiro. Ela sempre foi atuante, prestou ajuda e tinha bastante experiência", completou.

Em relação à investigação, segundo o gestor estadual, há três diferentes teses que possam estar ligadas à morte de Mãe Bernadete. "Uma delas é a questão do território quilombola, e há uma expectativa de que esse caso não tenha relação direta com o território. Mas é uma tese, mesmo que o problema não esteja relacionado, nós já nos manifestamos junto ao Incra para acelerar o processo de regularização daquele terreno”, disse o petista.  

"A outra tese  é a da intolerância religiosa, e da mesma forma, ela era uma figura importante nos povos de terreiros. Há também outra possibilidade que não podemos confirmar ainda, que não seja essa a causa. No entanto, mesmo que não seja a causa, a questão religiosa precisa ser enfrentada pela democracia. E uma terceira tese é a disputa entre facções. Essa tem sido a hipótese mais premente apresentada pela Polícia Civil, também é uma possibilidade. E se isso se confirmar, vamos nos debruçar em uma parceria com o governo federal e a PF [Polícia Federal]", acrescentou.

Mãe Bernadete era ex-secretária municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e líder da comunidade quilombola de Simões Filho. Ela era mãe de Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, mais conhecido como Binho do Quilombo, liderança quilombola da comunidade Pitanga dos Palmares, também assassinado.
 

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