Jerônimo rebate críticas de ACM Neto sobre ações contra tarifaço de Trump: "Não sei o que significa essa palavra dele"
Mais cedo, o vice-presidente da União Brasil acusou o governador da Bahia de 'pongar' nas medidas do governo federal

Foto: Farol da Bahia
O governador Jerônimo Rodrigues (PT) rebateu as críticas feitas pelo vice-presidente da União Brasil, ACM Neto, sobre as ausências de medidas do governo para combater as consequências do tarifaço de Donald Trump, que entrou em vigor nesta quarta-feira (6), na Bahia.
Mais cedo, ACM Neto afirmou que o governador estava tentando 'pongar' nas medidas do governo federal, que, segundo ele, também não trouxe nenhuma palavra concreta aos produtores baianos.
"Eu não sei o que significa essa palavra dele. Toda a Bahia está vendo eu recorrer ao setor produtivo", rebateu Jerônimo, durante o primeiro dia da 14ª edição da Feira e Convenção Baiana de Supermercado, Atacados e Distribuidores.
"Reuni já duas vezes dentro da FIEB. A FIEB pode falar, inclusive, melhor do que eu sobre esse comportamento do governo do Estado. Estive em Brasília ontem, fui acompanhado dos outros governadores. Lá, nós apresentamos à mesa do ministro Geraldo Alckmin, ao presidente Lula, a nossa demanda, primeiro, para que o Brasil continue fazendo a relação diplomática e retire os outros produtos que ainda não saíram da lista. Caso isso não aconteça, que o governo brasileiro negocie a redução das taxas que ali estão estabelecidas. Ao invés de 10 mais 40, reduza esse valor", complementou.
A fala do governador faz referência aos produtos que foram isentos do tarifaço de Trump. Segundo o gestor, nenhum produto baiano foi contemplado pelo recuo.
• Confira: Tarifaço de Trump: entidades dos EUA defendem isenção de alimentos brasileiro
Jerônimo também frisou a parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), que irá abrir um escritório na Bahia ainda neste mês.
"Na segunda-feira agora, próximo dia 18, nós estaremos instalando aqui na Bahia, aqui em Salvador, um escritório da Apex, para garantir que o governo federal, o governo do Estado, setor produtivo, crie condições para a abertura de novos mercados internacionais", pontuou.
Prisão de Bolsonaro
Questionado sobre a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes na última segunda-feira (4), Jerônimo afirmou que "nenhum de nós estamos imunes às regras da Justiça Federal".
"Todos nós estamos sujeitos ao Judiciário Brasileiro. E nós temos que recorrer, quando for o caso, aos advogados ou ter direito de resposta. Então, a minha palavra é que ele está respondendo aquilo que a justiça determinou", declarou.
Protestos no Congresso
Sobre os protestos contra a prisão de Bolsonaro, que estão sendo realizados por parlamentares da oposição na Câmara dos Deputados e no Senado, o governador disse esperar que o Congresso tenha "inteligência e sabedoria" para lidar com o caso, para que votações importantes não sejam afetadas.
"Eu tenho certeza que o respeito à democracia tem que ser o elemento número um. Soberania, respeito à democracia. Espero que o Congresso tenha inteligência e sabedoria para que qualquer movimento reivindicatório, de quem quer que seja, que é direito, não atrapalhe o andamento do Congresso", afirmou.
"Nós teremos agora, por exemplo, votações importantes, como é o caso do Estado e dos municípios, do apoio ao governo federal aos precatórios. Então existem leis importantes que não podem ser retardadas por conta de manifestação. Manifestações deverão acontecer sem nenhum problema, mas que não firam a primeira integridade das pessoas e depois que não atrapalhem o andamento das votações no Congresso", concluiu.
LEIA TAMBÉM:
• Às vésperas do tarifaço, Jerônimo diz que a Bahia busca outros mercados de exportação
• Defesa de Bolsonaro vai ao Senado em meio à ofensiva da oposição contra prisão decretada por Moraes
• Bahia deve ser o segundo estado do Nordeste mais afetado por tarifa imposta pelos EUA, diz estudo
• Vídeo: Deputada do PT acusa bolsonaristas de travarem votações na Câmara: 'Isso é ditadura'
• Sóstenes Cavalcante afirma que Câmara não retomará trabalhos e critica governo federal