João Leão afirma que ele foi "o traído" no desentendimento com Rui Costa

João Leão (PP), vice-governador da Bahia, afirmou na última sexta-feira (25), que se sentiu traído pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Em entrevista ao Valor Econômico, o político disse que "política é arte do compromisso. Se não se honra o acordado, vamos cuidar da nossa vida em outro lugar".

O desentendimento com o PT começou após o Partido Progressista (PP) romper aliança de 14 anos com a sigla. No início de março, o político expôs sua insatisfação com o senador petista Jaques Wagner, que retificou que Rui Costa (PT), governador da Bahia, continuaria atuando no mandato até o fim. Antes, o governador estava considerando se lançar como candidato ao Senado, o que abriria vaga para Leão no cargo.

Após a confusão, o vice-governador afirmou que estaria estudando a possibilidade de uma candidatura própria do PP ou uma aliança com ACM Neto (UB), ex-prefeito de Salvador. O deputado federal Cláudio Cajado (BA), novo presidente nacional do PP, disse em entrevista ao jornal O Globo, que o partido apoiaria o PT na Bahia e a reeleição do presidente Jair Bolsonaro. O vice-governador declarou no último dia 15, que Lula terá seu apoio nas Eleições 2022. 

Leão ainda negou, na sexta (25), que o ministro Ciro Nogueira (Casa Civil), presidente licenciado do PP, tenha influenciado para que o partido reforçasse apoio ao presidente Bolsonaro na Bahia. O político justificou dizendo que teria realizado um acordo com Rui Costa e com Jaques Wagner para a chapa majoritária que disputaria nas eleições de outubro.

O vice-governador disse que o acordo foi firmado no mês de fevereiro, com a presença do ex-presidente Lula. "Rui iria para o Senado e o [senador] Otto Alencar [do PSD] iria para o governo. Eu iria permanecer 9 meses no governo, para não ser nada no futuro, mas para cuidar do governo, está bom demais”, afirmou.