Joe Biden declara que Rússia deveria sair do G20; Brasil se posiciona contra
O discurso foi feito em Bruxelas, durante um encontro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan)
Foto: Reprodução/R7
O presidente americano Joe Biden disse nesta quinta-feira (24) que a Rússia deveria sair do G20, grupo formado pelas 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia. A declaração foi feita em Bruxelas, durante um encontro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
“Acho que a Rússia tem que sair do G20, mas isso depende do G20. Apesar de a Indonésia e outros países não concordarem, acho que deveríamos, no meu ponto de vista, permitir que a Ucrânia participe desses encontros do G20”, disse Biden, que segue na sexta-feira para a Polônia, onde se reúne com o presidente Andrzej Duda.
Além da Indonésia, outro país que tem defendido a permanência da Rússia no G20 é a China. “A Rússia é um país membro importante [do G20] e nenhum membro tem o direito de expulsar outro país”, disse o porta-voz das relações exteriores da China, Wang Wenbin.
Diante desse cenário, o Brasil já mostrou ser contra qualquer isolamento nos moldes propostos por americanos e europeus. O Itamaraty deseja manter o mandato dos grupos internacionais para que possam continuar a funcionar. Nesta semana, o país se absteve em uma resolução que solicitava a suspensão dos trabalhos da OIT com a Rússia.
De acordo com o presidente americano, na reunião da Otan, ele defendeu sanções duradouras contra a Rússia. “Sanções não têm a ver com dissuasão. O sentido das sanções é aumentar a dor. Por isso convoquei esse encontro da Otan, para garantir que a gente vai manter o que está fazendo agora, não apenas no mês que vem, mas durante todo o ano".
"Precisamos demonstrar nossa união e o mundo seguir focado em quão brutal esse homem [Putin, presidente russo] é e em quantas vidas inocentes estão sendo perdidas”, afirmou.
A jornalistas, Biden também pontou que a Otan e a União Europeia deveriam criar um sistema para monitorar os países que violam sanções. Ele também alertou sobre uma possível carência de alimentos e reconheceu que as sanções afetam o mundo todo.
“O preço das sanções não pesa apenas sobre a Rússia, mas sim sobre muitos outros países, incluindo países europeus e o nosso país também. E como a Rússia e a Ucrânia têm sido grandes produtores de trigo para a Europa, tivemos um grande debate no G7. Os Estados Unidos são o terceiro maior produtor de trigo do mundo e conversamos com o Canadá, que é um produtor muito importante, para ver como nós podemos aumentar e distribuir mais rapidamente essa produção de alimentos para evitar carência”.