Jogo democrático duvidoso
Confira o nosso editorial desta quarta-feira (13)
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Foto: Reprodução / Twitter
O segundo pedido de impeachment do ainda presidente Donald Trump será votado hoje na Câmara dos Deputados. Pode ser o início de um fim melancólico de um dos personagens mais polêmicos de todos os tempos da política norte-americana, que constantemente transitou entre intransigências e acertos em ajustes econômicos.
No entanto, o novo processo que se desenrola na Câmara é, ao mesmo tempo, mais simples e mais grave. Trump é acusado de incitar uma insurreição contra o governo dos Estados Unidos, ou seja, do próprio país.
Joga contra o mandatário americano o fato que, até o momento, quatro deputados republicanos já informaram que votarão pelo impeachment – nenhum votou durante o primeiro processo que visava o impedimento de Trump, no ano passado. Analistas e mídia especulam que pode ter 20 deputados republicanos contra Trump.
O impeachment dependeria de uma outra votação no Senado. A Casa pode, inclusive, escolher julgar Trump já como ex-presidente. E é no Senado que Trump, supostamente, pode ser definitivamente derrubado, mesmo a poucos dias do fim do mandato.
Hoje pela manhã, o site Axios informou que Mitch McConnell, líder republicano no Senado, vem dizendo a auxiliares que se inclina a votar pela condenação de Trump. Em se confirmando, isto pode sacramentar o veredito.
Destronar Trump à luz da posse de Joe Biden, por certo, é uma jogada política encabeçada pelos democratas, uma espécie de aniquilação. Uma condenação abre as portas para torná-lo inelegível, o que o impediria de retornar como candidato em 2024.