Jovem iraniana é detida após protestar usando apenas roupas íntimas em universidade de Teerã
Mulher reclamava de assédio sofrido por milícia ligada à Guarda Revolucionária
Foto: Reprodução/X
Uma estudante foi presa no Irã após protestar usando roupas íntimas, na universidade Azad, em Teerã, no sábado (2). O ato teria sido realizado contra o assédio de membros de uma milícia ligada à Guarda Revolucionária.
Segundo informações da agência Fars, a jovem, que não teve o nome revelado, estaria sendo assediada por integrantes da milícia Basij por usar roupas consideradas “inapropriadas” em sala de aula.
Imagens divulgadas nas redes sociais mostram a jovem sendo jogada dentro de um carro por homens vestidos à paisana. Segundo o site Amir Kabir, a estudante foi agredida durante a prisão.
O porta-voz da universidade, Amir Mahjob, disse na rede social X - antigo Twitter - que “na delegacia de polícia foi descoberto que ela estava sob forte pressão mental e tinha um transtorno mental”.
O código de vestimenta no Irã é um dos pontos de maior tensão entre a sociedade e o governo. Desde a Revolução Islâmica de 1979, o governo impõe um estrito código de vestimenta às mulheres, que consiste em cobrir todas as partes do corpo, usar vestes folgadas e, no ponto mais criticado, manter o véu sobre a cabeça em ambientes públicos.
Um número crescente de mulheres desafia as autoridades descartando os véus após protestos nacionais que se seguiram à morte em setembro de 2022 de uma jovem sob custódia da polícia da moralidade, por supostamente violar as regras do hijab.
Segundo organizações de direitos humanos, cerca de 550 pessoas morreram e milhares foram presas durante o movimento, que ficou conhecido pelo lema, “Mulher, Vida, Liberdade”.