Juíza comunicou a Moraes tentativa de “interferência” sobre local da prisão de Anderson Torres
Relatório cita contato de corregedor da PMDF sobre questionamento a respeito do local onde Torres ficaria preso
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A juíza da Vara de Execuções Penais (VEP) do Distrito Federal, Leila Cury, comunicou ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes uma “tentativa de interferência externa” na escolha do local onde o ex-ministro e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, ficaria detido.
Por decisão da VEP, Torres está preso no Batalhão de Aviação Operacional (Bavop), localizado no 4º Batalhão da Polícia Militar do DF (PMDF). O ex-secretário foi detido assim que desembarcou de voo vindo dos Estados Unidos, no sábado (14), por ordem do ministro do STF.
No mesmo dia, a VEP emitiu um relatório de providências, em que informou ter sido comunicada pela Polícia Federal, às 9h50, que Torres já estava no Bavop. Exatos 19 minutos depois, segundo o relatório, o corregedor da PMDF entrou em contato com a assessoria da VEP para informar um questionamento do gabinete “do interventor federal” quanto à alocação de detido na unidade da corporação.
Às 11h, a magistrada disse ter determinado que fosse dada ciência ao juiz instrutor do gabinete do ministro do STF, identificado como Dr. Airton, sobre “os fundamentos da alocação de Anderson Torres” e, ainda, que fosse comunicada a Alexandre de Moraes “a tentativa de interferência externa em matéria relacionada a reserva de jurisdição”.
O documento não especifica de quem, exatamente, teria partido a tentativa de interferência. Por meio de nota, a VEP-DF explicou que somente o órgão “tem competência legal, em primeira instância, para determinar a alocação de presos nos presídios do DF, sejam provisórios ou definitivos, com e sem vínculo com a Justiça local”.
Veja trecho do relatório: