Julgamento do caso Kiss prossegue nesta terça (7) com três testemunhas

Júri contabiliza 20 pessoas ouvidas nos seis dias anteriores

Por Da Redação
Ás

Julgamento do caso Kiss prossegue nesta terça (7) com três testemunhas

Foto: Reprodução / G1

Continua nesta terça-feira (7), o julgamento dos quatro réus acusados pela morte de 242 pessoas no incêndio da boate Kiss, em 2013, com os depoimentos de mais três testemunhas. No sétimo dia desde o início do julgamento, a programação prevê a oitiva de duas testemunhas arroladas pelos réus e de uma indicada pelo Ministério Público. 

O júri já contabiliza 20 pessoas já ouvidas nos seis dias anteriores. O sexto dia de julgamento, segunda-feira (6), foi ouvido o depoimento de um ex-funcionário da boate e de familiares dos réus Elissandro Spohr e Marcelo de Jesus dos Santos. A testemunha Stenio Rodrigues Fernandes, de 30 anos, foi a primeira a depor.

Segundo ele, que trabalhava como organizador de eventos, a banda Gurizada Fandangueira usou fogos em um show realizado uma semana antes da tragédia, no Centro de Eventos da Universidade Federal de Santa Maria — e que por isso ele teria até afastado colegas do palco.

"A gente se reunia na frente do palco, eles estavam utilizando os fogos. Estava chuviscando perto de onde a gente estava. Eu afastei algumas pessoas da frente. Não vi ninguém acendendo, só vi no momento em que estava aceso", relatou.

Foram ouvidos ainda o sobrinho e a mulher de Spohr, que é conhecido como Kiko. Willian Machado disse que Spohr se desesperou com o incêndio e que teria tentado voltar à boate para resgatar os jovens. A mulher de Kiko, Nathália Daronch, negou que o sócio da Kiss tivesse dado autorização para o uso dos fogos.

"Sei que não houve essa autorização porque eu estava lá na passagem de som. Eu sabia que era um momento muito importante, tudo que ia ser apresentado era dito. Em nenhum momento foi solicitado [uso de artefatos pirotécnicos]. Já tivemos um outro episódio que foi solicitado e negado", disse Nathália Daronch.

O último depoimento foi de Márcio dos Santos, irmão do vocalista Marcelo de Jesus dos Santos. Ele disse que salvou Marcelo do incêndio e que considera a noite da tragédia uma das mais tristes de sua vida.

"Nós não quisemos matar ninguém lá. Se eu disser aos pais que estão aqui que eu entendo a dor deles, estarei mentindo. Eu entendo da nossa dor”, contou Márcio.
 

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