Julgamento do golpe: Cármen Lúcia diz que Bolsonaro praticou crimes como líder da organização criminosa
Com o voto da ministra, a Primeira Turma do STF formou maioria para condenar Bolsonaro e outros sete réus

Foto: Victor Piemonte/STF
A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia afirmou, durante o seu voto no julgamento do chamado "núcleo 1" da trama golpista, nesta quinta-feira (11), que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) "praticou os crimes imputados a ele na condição de líder da organização criminosa".
"Eu tenho por comprovado pela Procuradoria-Geral da República que Jair Messias Bolsonaro praticou os crimes que são imputados a ele na condição de líder da organização criminosa. A procuradora alegou que teria estruturado na propagação de desinformação sobre o sistema eleitoral e ataques aos poderes constituídos e seus representantes, a instrumentalização de instituições de Estado, a cooptação de comandos militares para a instituição das providências antidemocráticas de intervenção, planejamento de atos de neutralização violenta de agentes públicos, instigação das manifestações", declarou Cármen Lúcia.
Com o voto da magistrada, a Primeira Turma do STF formou maioria para condenar Bolsonaro e os outros sete integrantes do "núcleo 1" da trama golpista pelo crime de organização criminosa. Atualmente, o placar é de 3 a 1 pela condenação.
Durante seu voto, Cármen Lúcia ressaltou a importância das ações penais e da responsabilidade dos juízes das ações. "Esse é um processo, como há outros, que temos a responsabilidade constitucional de julgar. Processos que despertam maior ou menor interesse da sociedade, o que não é também nada de novo, seja uma cidade pequena, seja para todo o país", pontuou.
"Toda ação penal, especialmente a ação penal, impõe um julgamento justo e aqui não é diferente. O que há de inédito talvez nessa ação penal é que nela pulsa o Brasil que me dói. A presente ação penal é quase um encontro do Brasil com seu passado, com seu presente e com seu futuro, na área especificamente das políticas públicas dos órgãos de Estado", complementou.
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