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Saúde

Julho Amarelo: campanha promove conscientização contra hepatites virais

Infecções atingem o fígado e podem causar alterações leves, moderadas ou graves

Por Ane Catarine Lima
Ás

Julho Amarelo: campanha promove conscientização contra hepatites virais

Foto: Agência Brasil

Consideradas um problema de saúde pública no Brasil, as hepatites virais são infecções que atingem o fígado e podem causar alterações leves, moderadas ou graves. A doença pode ser causada por vírus ou pelo uso de álcool, drogas e alguns medicamentos, além de doenças autoimunes ou genéticas. Na maioria das vezes as infecções são silenciosas e, por isso, a campanha “Julho Amarelo” reforça a conscientização.

O último Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), divulgado em julho do ano passado, mostra que foram notificados no estado 15.126 casos de hepatites virais de 2011 a 2020. No Brasil, o Ministério da Saúde notificou 37.773 casos da doença, que  pode ser causada pelos vírus A, B, C, D e E, em 2019.

Em entrevista ao Farol da Bahia, a hepatologista Lourianne Cavalcante alertou que os vírus das hepatites B e C podem podem evoluir para inflamação crônica do fígado e duram mais de 6 meses em atividade, podendo levar a cirrose hepática, insuficiência hepática, câncer de fígado e transplante hepático. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o impacto dessas infecções acarreta aproximadamente 1,4 milhões de mortes anualmente no mundo. 

“As hepatites A, B e C são as mais frequentes. A transmissão da hepatite A ocorre  por via fecal-oral, ou seja, indivíduos infectados eliminam o vírus nas fezes. A ausência de hábitos de lavar as mãos após usar o banheiro e a falta de saneamento básico podem levar a contaminação de alimentos e fontes de água”, explicou Lourianne.

“Em relação à hepatite B, a principal forma de contaminação é por relações sexuais desprotegidas e do contato com sangue contaminado. Já a hepatite C tem como principal via de contaminação o contato com sangue contaminado. O vírus C pode levar a infecção crônica em cerca de 80% dos casos”, completou.

Prevenção

Atualmente, existem testes rápidos para a detecção da infecção pelos vírus B ou C, que estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) para toda a população. Além disso, apesar de a hepatite B não ter cura, a vacina contra essa infecção é ofertada de maneira gratuita. Já a hepatite C não dispõe de uma vacina que confira proteção. 

Lourianne Cavalcante disse também que algumas práticas diárias podem prevenir a doença como, por exemplo, evitar ter relações sexuais sem proteção, não compartihar perfurocortantes, usar fontes de águas limpas e manter o hábito de higienizar as mãos. “Também é importante manter o calendário vacinal atualizado. As vacinas para hepatites A e B existem, são eficazes e  fazem parte do calendário vacinal. Para as gestantes, fazer o pré-natal com as sorologias completas também é importante. Isso porque diante do diagnóstico de hepatite, especialmente HBV, pode-se evitar a transmissão para o bebê”,  reforçou.

Segundo a especialista, a campanha Julho Amarelo tem um papel importante para conscientizar a população sobre os fatores de risco associados às hepatites virais com objetivo de prevenção e promoção de saúde. “A iniciativa também visa fazer busca ativa de potenciais portadores assintomáticos, os quais podem ser potenciais contaminadores e, também, podem ser tratados a tempo de evitar consequências mais graves relacionadas à evolução natural da doença”, concluiu.
 

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