Justiça condena empresa por assédio após funcionária receber troféu de “mais lerda” do setor
Segundo a ação, vítima é portadora de TDAH e desenvolveu transtorno de ansiedade
Foto: Divulgação/TRT-3
A 5ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (TRT-3) manteve a condenação de uma empresa por danos morais após reconhecer que uma funcionária foi vítima de assédio ao receber um troféu de “mais lerda” do setor em Minas Gerais. A trabalhadora receberá indenização de R$ 20 mil.
Na decisão, o juiz destacou que o principal motivo da condenação não foi apenas o bullying entre colegas, mas a omissão da empresa, que não tomou nenhuma providência mesmo após ter conhecimento da situação.
O que disse a vítima de assédio
A funcionária, diagnosticada com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), relatou ter sido chamada de “lerda” e “gospel” por colegas. O bullying escalou para um concurso interno, no qual ela recebeu o troféu de “lerdeza”.
Embora tenha aceitado a “brincadeira” inicialmente, afirmou que passou a se sentir constrangida, desenvolveu crises de ansiedade e precisou se afastar do trabalho.
O que disse a empresa
A empresa negou a prática de assédio e a existência de doença ocupacional, alegando que só tomou conhecimento das “brincadeiras” após a abertura do processo.
A defesa sustentou ainda que se tratava de “dano moral horizontal”, caracterizado pela violência psicológica praticada por colegas no mesmo nível hierárquico. Contudo, a perícia médica e os relatórios confirmaram a ocorrência de bullying.
