Justiça determina retorno de policial acusado de matar Leandro Lo à PM

No dia 22 de setembro, o governador de São Paulo aceitou a recomendação do Tribunal de Justiça Militar e determinou a demissão do tenente

Por FolhaPress
Às

Justiça determina retorno de policial acusado de matar Leandro Lo à PM

Foto: Reprodução

EDUARDA ESTEVES E LORENA BARROS

A Justiça de São Paulo determinou que o ex-PM Henrique Otavio Oliveira Velozo, acusado de matar o campeão mundial de jiu-jtsu Leandro Lo em 2022, seja reintegrado à Polícia Militar.

Tribunal suspendeu integralmente o decreto de Tarcísio de Freitas. No dia 22 de setembro, o governador de São Paulo aceitou a recomendação do Tribunal de Justiça Militar e determinou a demissão do tenente.

Justiça garante a reintegração do policial militar aos quadros da corporação. Em decisão liminar publicada no dia 10 de outubro, o desembargador Ricardo Dip determinou que além de ser reincorporado à PM, Henrique Velozo também teria direito a receber novamente o salário de policial militar, no valor mensal de R$ 14,6 mil.

Magistrado entendeu que a penalidade foi aplicada antes do trânsito em julgado do processo. De acordo com a defesa do acusado de matar o lutador, a punição antecipada viola garantias constitucionais como a presunção de inocência e o devido processo legal.

"Mostra-se razoável que se aguarde o trânsito em julgado do acórdão proferido pelo Conselho de Justificação para, então, admitir-se a aplicação da penalidade de demissão (?). A supressão dos vencimentos durante o período em que o acusado permanece recolhido vulnera os princípios da presunção de não culpabilidade e da irredutibilidade de vencimentos", escreveu o desembargador Ricardo Dip.

Com a decisão, Velozo volta a ter reconhecida sua condição funcional, embora continue sob custódia no Presídio Militar Romão Gomes. Em nota, o advogado Cláudio Dalledone afirmou que a decisão restabelece o equilíbrio jurídico do caso. "Desde o início, alertamos que a demissão representava uma punição antecipada e sem respaldo legal. Ninguém pode ser punido antes do julgamento", afirmou.

Velozo está em prisão preventiva e júri popular do caso já foi adiado duas vezes. Em maio, o julgamento foi suspenso após pedido da defesa do policial; em agosto, foi cancelado após bate-boca entre os advogados de defesa do ex-PM e promotores do caso. Nova previsão é de que julgamento aconteça em 14 de novembro deste ano.

Defesa do PM acredita que ele será absolvido do crime. "Ele será absolvido e regressará as fileiras da Polícia Militar do Estado de São Paulo.", afirmou o advogado Claudio Dalledone Junior ao UOL.

LUTADOR FOI MORTO EM AGOSTO DE 2022

Leandro Lo foi baleado após briga, em São Paulo. O campeão mundial de jiu-jitsu foi morto no Clube Sírio, uma casa noturna localizada no bairro de Indianópolis, na zona sul de São Paulo, em agosto de 2022 após uma briga durante o show da banda Pixote.

O então PM, que já conhecia o lutador, se entregou um dia após o episódio. Segundo a mãe de Lo, Fátima, Velozo foi à casa noturna com a intenção de matar o campeão mundial. Os autos do inquérito da 16ª Delegacia de Polícia, na Vila Clementino, informam que uma das testemunhas revelou que o policial havia provocado Leandro antes de pegar uma garrafa de uísque e ser imobilizado pelo campeão mundial. Em seguida, o PM teria retornado e disparado.

Tenente da PM saiu de boate e foi a prostíbulo. Após disparar contra Leandro Lo, Velozo foi à boate Bahamas, tradicional prostíbulo em São Paulo. Imagens de câmeras de segurança mostram o policial entrando na boate às 3h04 e saindo duas horas depois, acompanhado de uma mulher não identificada. Na ocasião, ele pagou por uma garrafa de um litro de uísque e duas doses de gim com energético. A Polícia Civil informou que, depois de visitar o local, o tenente foi a um motel.

Velozo tinha histórico de violência. Ele já havia sido condenado por agredir um soldado em uma briga de bar enquanto estava de folga.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie:redacao@fbcomunicacao.com.br
*Os comentários podem levar até 1 minutos para serem exibidos

Faça seu comentário