Justiça ouve Temer em ação que apura pressão de Geddel ao Iphan
Investigação apura suposto crime de improbidade administrativa pelo baiano
Foto: Arquivo/José Cruz/Agência Brasil
A justiça vai ouvir nesta quinta-feira (7) o ex-presidente Michel Temer e os ex-ministros Marcelo Calero, da Cultura, e Geddel Vieira Lima, do Governo, em processo que apura suposto crime de improbidade administrativa por parte de Geddel. Os citados serão ouvidos pela juíza da 5ª Vara Federal em Brasília, Diana Wanderlei.
No caso, Geddel é acusado pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero de pressioná-lo para a liberação de uma obra em 2016 em Salvador (BA) que estava embargada por determinação do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), órgão do Ministério da Cultura.
Para o Ministério Público Federal (MPF), Geddel fez pressão sobre Calero para que o Iphan liberasse a obra. De acordo com o órgão, Geddel comprou 1 apartamento em 1 prédio que o projeto inicial não havia sido aprovado. A defesa de Geddel por outro lado nega qualquer irregularidade e aponta pareceres dos quais não havia indicação contrária à construção do prédio na capital baiana.
A juíza Diana Wanderlei afirmou, ainda, que não aceitará um não comparecimento do ex-presidente Michel Temer, que havia pedido para que seu depoimento fosse feito por escrito. Salientou que caso isso aconteça, o ex-presidente irá responder por desobediência. “Pondero que o juízo já possibilitou a ausência da oitiva da testemunha uma vez, não sendo admitido que pela segunda vez não compareça[...], o que caracterizaria abuso de direito. Reforço que para realizar uma audiência como esta, muitos gastos públicos de recursos foram dispensados. No mais, a testemunha será questionada pelas partes e pelo juízo, não sendo o caso de respostas prontas”, argumentou.