Kremlin suspeita de queda deliberada de avião de Prigozhin
Líder mercenário russo, seu adjunto Dmitri Utkin e outras oito pessoas morreram no acidente
Foto: Reprodução/Redes sociais
O Kremlin anunciou nesta quarta-feira (30) que a investigação sobre a queda do avião do líder mercenário Yevgeny Prigozhin está considerando a possibilidade de que o jato tenha sido derrubado em uma ação deliberada. Prigozhin, seu adjunto Dmitri Utkin e outras oito pessoas morreram na quarta passada (23), quando o jato executivo Embraer Legacy 600 em que voavam caiu abruptamente no meio do caminho entre Moscou e São Petersburgo.
Os padrões de voo registrados por sites de monitoramento aéreo indicam que houve algum evento catastrófico a bordo, levando a uma queda vertical após 32 segundos de instabilidade. Países como os Estados Unidos e a Ucrânia imediatamente apontaram o presidente Vladimir Putin como principal suspeito do crime.
Prigozhin era um aliado próximo de Putin até desentender-se com a cúpula militar russa acerca da competição entre o seu Grupo Wagner e forças regulares em ação na Guerra da Ucrânia. A crise desandou em um motim que visava derrubar a chefia das Forças Armadas, expôs publicamente Putin e resultou na exibição de sua imagem mais humilhante em suas duas décadas de poder. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, chamou a hipótese de uma ação deliberada de mentira absoluta. Os EUA descartaram o uso de um míssil antiaéreo, o que teoricamente só poderia ser feito por forças do Kremlin.
As investigações continuam, e Moscou não solicitou apoio à apuração às autoridades brasileiras, embora o avião em questão tenha sido fabricado no Brasil. A participação estrangeira "não está prevista em uma investigação russa", afirmou Peskov.