Lava Jato: Barroso diz que eventuais ‘excessos’ não podem tirar foco de combate à corrupção
O ministro destacou casos emblemáticos da Operação, como o dinheiro achado no apartamento do ex-ministro Geddel Vieira Lima
Foto: Agência Brasil
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, afirmou no último sábado (13), em entrevista ao jornalista Marco Antonio Villa, que os "excessos" da Lava Jato revelados nas trocas de mensagens dos integrantes da força-tarefa não podem ser usados para "destruir tudo o que foi feito" pela operação.
“Claro que se tiver havido um excesso ou erro, ele tem que ser objeto de reflexão, mas é preciso não perder o foco. O problema não é ter havido um exagero aqui e ali, o problema é esta corrupção estrutural, sistêmica e institucionalizada que não começou com uma pessoa, um governo ou um partido. Veio num processo acumulativo que um dia transbordou”, afirmou Barroso.
O ministro destacou casos emblemáticos da Lava Jato, como o dinheiro achado no apartamento no ex-ministro Geddel Vieira Lima em Salvador e o vídeo do ex-assessor do presidente Michel Temer, Rodrigo Rocha Loures, flagrado correndo com uma mala de propinas pelo bairro de Jardins, em São Paulo.
O ministro disse ainda que o que ocorre no Brasil hoje é uma "tentativa de sequestrar a narrativa como se isso (corrupção) não tivesse acontecido". “E um dos problemas, triste como seja, é que no andar de cima do Brasil todo mundo tem um parente, um amigo ou parceiro que esteve envolvido com alguma coisa errada. E aí se forma um enorme arco de alianças”, concluiu.