Levantamento aponta aumento de volume de 19,3% em vendas de livros em 2021
Mesmo com livrarias fechadas, setor teve faturamento de R$ 206,34 milhões neste ano
Foto: Reprodução/Diário do Rio
A busca por uma rota de fuga da realidade se reflete no bom momento de venda de livros no Brasil, mesmo com as livrarias fechadas em boa parte do tempo desde o início da pandemia. O Primeiro Painel do Varejo de Livros no Brasil de 2021, da Nielsen Book e divulgado pelo Sindicato Nacional de Editores de Livros (Snel), mostrou um aumento de 19,3% em volume e de 14,1% em valores na comparação entre o primeiro bimestre deste ano e o do ano passado.
Foram 4,27 milhões de livros vendidos, com faturamento de R$ 206,34 milhões neste ano. Um feito, já que o setor amargava perdas desde a recessão de 2015 e 2016, parando de cair só em 2019. "O brasileiro se reconectou com o livro na pandemia. De julho até o fim do ano recuperamos todas as perdas do meio do ano", diz Marcos da Veiga Pereira, presidente do Snel.
No primeiro momento, ele lembra, livros distópicos como “1984”, de George Orwell, e “O Conto da Aia”, de Margaret Atwood, ganharam espaço. Depois vieram os de autoajuda, como “O Poder do Hábito”, de Charles Duhigg, “Mindset“, de Carol Dweck e “A coragem de ser imperfeito”, de Brené Brown.
Enquanto a pandemia se prolongava, o mundo passou a discutir também pautas sociais, e ficaram mais populares os livros ligados à temática de gênero e raça. Por último, a febre da série Bridgerton, da Netflix, impulsionou os livros das obras de Julia Quinn.
Pereira vê a chegada de novos leitores e o aumento do número de livros que cada pessoa está lendo. Essa prazer pode ficar mais caro, se for adiante a defesa da Receita de incluir na reforma tributária o fim da desoneração do setor, alegando que só ricos compram livros.