Levantamento aponta que três em cada dez jovens pensam em largar escola após pandemia do coronavírus
Pesquisa ouviu 33 mil entrevistados de 15 a 29 anos

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Levantamento ‘Juventudes e a pandemia do coronavírus’ divulgado nesta segunda-feira (22) aponta que sete em cada dez jovens relataram piora no estado emocional durante a pandemia, 28% pensam em não voltar à escola quando acabar o distanciamento social e metade cogita desistir do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).
A pesquisa foi promovida pelo Conselho Nacional da Juventude (Conjuve), em parceria com a rede Em Movimento, Fundação Roberto Marinho, Mapa Educação, Porvir, Rede Conhecimento Social, Unesco e Visão Mundial. Foram entrevistados, com um questionário on-line, 33.688 jovens de 15 a 29 anos, de todas as regiões do país entre 15 e 31 de maio.
Entre os pontos positivos está a valorização da ciência e da saúde – 96% consideram importante descobrir uma vacina para o combate à Covid-19, e 85% querem ter acesso a testes que confirmem imunidade ao vírus. Há, também, expectativas de que as restrições estabelecidas em tempos de distanciamento social sirvam como aprendizado de que é possível investir em trabalho remoto, o que poderia gerar novos empregos para quem mora afastado dos grandes centros urbanos.
“Esta é a maior geração de jovens da História do país. Serão eles os responsáveis por produzir, na segunda metade do século, um país mais próspero e menos desigual”, destaca Marcus Barão, vice-presidente do Conjuve.
Segundo Barão, mesmo antes da pandemia, esta camada da sociedade já se deparava com uma série de desafios, como uma taxa de desemprego de 27%, o dobro da vista entre adultos. Agora, há o desafio de encarar a educação interrompida e a perda da renda familiar.
Barão avalia que, mesmo diante das dificuldades em casa e no trabalho, a juventude “não está parada” e se engaja em ações sociais.