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Levantamento revela concentração de garimpos na Amazônia próximos a cursos d'água

De acordo com o estudo, em 2022, a Amazônia concentrou 92% de toda a área de garimpo do Brasil, totalizando 241 mil hectares explorados

Por Da Redação
Ás

Levantamento revela concentração de garimpos na Amazônia próximos a cursos d'água

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Um levantamento recente realizado pelo MapBiomas, divulgado na quinta-feira (18), revelou que 77% das áreas de garimpo na Amazônia estão situadas a aproximadamente 500 metros de rios, lagos e igarapés. Esses dados fazem parte da Coleção 8 de mapas da organização do terceiro setor sobre cobertura e uso da terra no Brasil. As informações são do portal Metrópoles.

De acordo com o estudo, em 2022, a Amazônia concentrou 92% de toda a área de garimpo do Brasil, totalizando 241 mil hectares explorados.

Segundo Cesar Diniz, da Solved e coordenador técnico do mapeamento de mineração no MapBiomas, a proximidade dos garimpos com os cursos d'água é uma característica intrínseca à atividade de extração na região amazônica, especialmente no caso do ouro, que frequentemente é encontrado junto aos depósitos aluvionares dos rios. No entanto, essa proximidade apresenta riscos ambientais e sociais significativos para o bioma.

Diniz ressalta que a contaminação dos rios e igarapés é uma preocupação, devido ao uso de metais pesados, como o mercúrio, durante o processo de extração mineral. Além disso, a movimentação de terra nas proximidades dos cursos d'água contribui para o assoreamento e a contaminação da água, afetando áreas muito maiores do que aquelas diretamente desmatadas para a atividade garimpeira.

Uma preocupação adicional é o impacto dos garimpos dentro das terras indígenas, que representam 10% de toda a área garimpada na Amazônia, equivalente a cerca de 25,1 mil hectares. Os territórios com maior concentração de garimpos pertencem aos povos Kayapó, Munduruku e Yanomami.

Para Cesar Diniz, a presença de garimpos próximos aos cursos d'água dentro das terras indígenas é alarmante, uma vez que essas populações dependem dos rios e lagos para sua subsistência alimentar.

Ele destaca também os graves riscos à saúde das comunidades ribeirinhas e indígenas devido à contaminação dos recursos hídricos, afetando não apenas a alimentação, mas também a saúde geral, especialmente em fases precoces da vida.

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