Líder do PSB defende uso de boné
O uso do adereço levou a uma "guerra dos bonés" que começou no final de semana durante as eleições do Congresso
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Foto: Câmara dos Deputados
O novo líder do PSB na Câmara, deputado Pedro Campos (PSB-PE), defende o uso do boné usado por governistas para se contrapor ao de bolsonaristas, e argumenta: "Tem que ser patriota mesmo".
O boné azul com a inscrição "O Brasil é dos brasileiros" é o mesmo que foi usado por ministros que foram ao Congresso Nacional para as eleições do novo comando do Senado e da Câmara, no sábado (1º).
"A gente precisa ser mais patriota mesmo. E ser patriota é valorizar o nosso país, a nossa língua, a nossa cultura, o nosso povo, a nossa gente", disse.
"E ,quando a gente bota uma bandeirinha do Brasil ali, escreve 'o Brasil é dos brasileiros' , nos ajuda a ser patriota da forma que eu acredito que um patriota deve agir, defendendo os interesses do povo brasileiro, valorizando a nossa língua portuguesa e nossa cultura e os símbolos da Constituição", completou.
O uso do adereço levou a uma "guerra dos bonés" que começou no final de semana durante as eleições do Congresso. O próprio presidente Lula (PT) entrou na disputa na terça, ao publicar um vídeo em suas redes sociais usando o modelo usado por governistas.
Em contraponto ao boné dos governistas, bolsonaristas utilizaram um que dizia "Bolsonaro 2026". Antes, já havia tantos outros fazendo paralelo com o utilizado com slogan de Donald Trump nos Estados Unidos, como por exemplo "Make Brazil great again".
Pedro Campos assumiu a liderança do partido na Casa no último sábado (1º). Deputado de primeiro mandato, ele é irmão do prefeito do Recife, João Campos (PSB), e filho do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto em 2014 durante a campanha presidencial.
Ele disse que, no dia, não usou o adereço porque não ganhou um, mas que teve a promessa do ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) de que também receberia o item de presente.
O PSB integra a base do governo e tem dois ministérios na Esplanada Indústria, com Geraldo Alckmin, e Empreendedorismo, com Márcio França. Questionado se uma eventual mudança nas pastas com a reforma ministerial de Lula atrapalharia as relações no Congresso, Campos desconversou e disse que a tendência é que o partido continue nas pastas.
"A gente [vem defendendo que] a reforma ministerial que seja feita precisa ser voltada para que o governo tenha mais capacidade de entregar melhoria na vida da população. Essa deve ser a diretriz central de qualquer mudança do governo", disse.
"O fato é que tem muito jogador bom no PSB e que quem ele escalou do PSB fez gol dentro de campo", completou.
Para ele, as eleições de Motta e de Davi Alcolumbre (União-AP), no Senado, colocam as relações do governo com o Congresso na estaca zero. O antecessor de Motta, Arthur Lira (PP-AL), tinha embates públicos sobretudo com Padilha.
"Você tem duas pessoas que são muito habilidosas e muito boas de construir relação interpessoal, que é o Davi Alcolumbre e o Hugo Motta, que estão começando de uma estaca zero, então tem uma tendência de ter um começo de relação muito positivo e construtivo", disse.
Além disso, ele disse que Motta mostrou habilidade em lidar com o plenário já na sua eleição ao mencionar em discurso o jornalista Rubens Paiva, assassinado na ditadura.
O gesto, de primeira vista, é um aceno para a esquerda. Mas o líder do PSB viu ainda um gesto para a direita no plenário, que se queixa de ativismo judicial em detrimento das prerrogativas parlamentares.
"Quando ele fala de um deputado que teve suas prerrogativas violadas até o ponto que foi caçado, torturado e morto, ele está falando de uma defesa das prerrogativas dos parlamentares que hoje é uma pauta que tem mobilizado a direita dentro do parlamento", afirmou.