Líder do PT na Câmara afirma que é "zero" a possibilidade da Casa votar PDF do IOF

O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), afirmou nesta segunda-feira (26) que é "zero" a possibilidade da Casa votar, nessa semana, o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) proposto pela oposição para derrubar as mudanças anunciadas pelo governo Lula (PT) sobre as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

"Eu não creio, porque, veja, o governo mesmo, com a reação que houve, fez um pequeno recuo e fez correções no projeto do IOF. O fato é o seguinte: todo mundo aqui acompanhou a discussão do arcabouço. O governo fez um contingenciamento de 20 bi, bloqueio de 10 bi e tinha que conseguir medidas também extras de arrecadação. E esse foi o caminho", explicou o deputado.

Segundo Lindbergh, propor o PDL é o papel da oposição, porém, para modificar a decisão, ela terá que apresentar uma fonte alternativa de receita. "Eu sempre tenho visto aqui que a oposição gosta de cortar, mas sempre quer cortar de saúde, educação, de programas sociais, quer mexer no Bolsa Família. E isso a gente não aceita", afirmou.

"Se não tiver uma fonte alternativa de receita, a consequência concreta disso é que tem que ter um contingenciamento de mais de 20 bi. Então, em vez de 30 bi, seriam 50 bi".

Além disso, o deputado afirmou que o projeto não possui chances de ser votado, pois a pauta da semana da Câmara é definida pelo colégio de líderes e, para ele, existem temas que demandam mais urgência, como o licenciamento ambiental.

"Se eles insistirem, vai para o colégio de líderes. Mas eu tenho certeza de que esse tema não vai ser colocado como prioritário. Até porque nós estamos discutindo a reforma do imposto de renda, tem toda uma discussão também sobre arrecadação, sobre reforma tributária, tramitando. Então, eu tenho certeza de que a Casa não vai optar por esse caminho de aprovar um PDL como esse", finalizou.

Desvios no INSS

Perguntado sobre os descontos indevidos no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Lindbergh declarou que essa é uma pauta importante, mas que, para que uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) seja instaurada, é necessária a designação de um relator. 

Além disso, o deputado afirmou acreditar que tudo será esclarecido pela Polícia Federal e que o governo federal está se apressando para ressarcir os beneficiários.