Lídice quer prorrogar funcionamento da CPI mista das Fake News
Colegiado foi criado para investigar o uso de ferramentas digitais para disseminar informações falsas
Foto: Agência Câmara
A relatora da CPI mista das Fake News, a deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA), quer prorrogar os prazos do funcionamento do colegiado, criado no ano passado para investigar o uso de ferramentas digitais para disseminar informações falsas. Para Lídice, como o assunto é abrangente, o ideal seria aumentar as discussões até junho deste ano.
Ela exemplificou alguns dos pontos que são analisados na Comissão: "A investigação da fake news na eleição de 2018; o cyberbullying; os crimes contra as crianças na rede que levam a automutilação e até a suicídios. Também a disseminação da desinformação em áreas como a saúde, combatendo por exemplo campanhas de vacinação".
Na primeira reunião da CPI deste ano, no último dia 5, a relatora destacou que ainda não há regulamentação capaz de barrar a prática e colocou que é necessária uma legislação sobre ferramentas como Facebook, Whatsapp e Instagram que não "invada" a liberdade de expressão.
De acordo com Lídice, os trabalhos enfrentam resistência por parte de aliados do governo, sob o argumento de que a Comissão tem objetivo de censurar as redes sociais, o que, entende como "mais uma fake news".
Lídice explicou que Brasil é o segundo país com maior índice de uso de Whatsapp no mundo e que 45% das pessoas dizem se informar pela ferramenta. Para ela, isso descredencia os meios de comunicação tradicionais e desestabiliza a sociedade, que fica em dúvida sobre a veracidade das informações a que tem acesso.
Na próxima terça-feira (11) a CPI faz audiência com Hans River do Rio Nascimento, ex-funcionário da empresa de marketing digital Yacows, investigada por disparos de mensagens fraudulentas na campanha eleitoral de 2018.