Lira aciona polícia da Câmara contra Felipe Neto após ser chamado de 'excrementíssimo'
Abertura da apuração partiu de um pedido do próprio Lira
Foto: Reprodução/Redes Sociais/Câmara dos Deputados
A Polícia Legislativa da Câmara dos Deputados abriu investigação contra o influenciador Felipe Neto após ele se referir ao presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), como "excrementíssimo" nesta semana. A abertura da apuração partiu de um pedido do próprio Lira.
As declarações de Neto ocorreram durante a participação do influenciador num simpósio realizado na Câmara com o tema "regulação de plataformas digitais e a urgência de uma agenda" na terça (23). Ele participou do evento em vídeo.
Felipe Neto disse ser preciso fazer com que a opinião pública estivesse "do nosso lado, se a gente quiser passar qualquer legislação" que se proponha a regular as redes sociais.
E emendou: "É preciso, fundamentalmente, que a gente altere a percepção em relação ao que é um projeto de lei como era o 2.630 [PL das Fake News]. Que foi, infelizmente, triturado pelo excrementíssimo Arthur Lira. Se não tivermos o povo do nosso lado, os deputados não vão votar, a gente já sabe como funciona", disse.
No começo de abril, Lira anunciou que seria criado um grupo de trabalho para discutir uma nova proposta para o projeto de lei. Dessa forma, o processo de discussão começará praticamente do zero.
A reportagem teve acesso ao conteúdo do pedido de Lira à Polícia Legislativa. Nele, o presidente da Casa diz que Neto "proferiu expressões injuriosas" contra ele.
"Considerando que os fatos acima relatados podem configurar a prática de crimes contra a honra, ocorridos nas dependências da Câmara dos Deputados, determino a adoção das providências cabíveis, no que tange à competência dessa Polícia Legislativa", escreveu o presidente da Câmara no pedido.
Nesta quarta-feira (25), Neto foi às redes sociais criticar a decisão do alagoano. Ele disse que não conhece o parlamentar pessoalmente, mas que, na sua opinião, "suas ações e inações são em grande parte nocivas e extremamente reprováveis".
"Confesso que achei curioso, uma vez que o próprio Arthur Lira disse hoje: 'Parlamentar ser chamado para depor na PF porque disse que ministro é isso ou aquilo na CPI é exagerar um pouco'", escreveu Neto, referindo-se à declaração do presidente da Câmara em entrevista à GloboNews nesta quinta.
"Minha intenção, ao citar 'excrementíssimo', foi claramente fazer piada com a palavra 'excelentíssimo', uma opinião satírica, jocosa, evidentemente sem intenção de ofensa à honra. Já sofri tentativas de silenciamento com o uso da polícia antes, inclusive pela família Bolsonaro", continuou o influenciador.
Por fim, na publicação, Felipe Neto disse que continuará enfrentando "toda essa turma enquanto me sobrarem forças". "E eu nunca falei que os enfrentaria com flores, nem assim o fiz e nunca o farei."