Lira ironiza posição do Ministério do Meio Ambiente durante votação
Glauber Braga se manifestou: "Se a posição do Ministério do Meio Ambiente não interessa nada aos parlamentares que estão aqui presentes, eu só tenho a lamentar."
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Durante a votação do marco regulatório da geração de energia eólica offshore, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ironizou a atuação do Ministério do Meio Ambiente, comandado por Marina Silva. Ao ser informado pelo deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) sobre a posição contrária da pasta ao texto em tramitação, Lira respondeu de maneira irônica:
"Acabo de receber a notícia que o Ministério do Meio Ambiente tem posição completamente contrária a essa aprovação. Bom, não sei se ajuda ou atrapalha. Com todo respeito", provocou Lira, arrancando risadas entre os parlamentares presentes no plenário.
A ironia não foi bem recebida por Glauber Braga, que lamentou: "Se a posição do Ministério do Meio Ambiente não interessa nada aos parlamentares que estão aqui presentes, eu só tenho a lamentar." O presidente da Câmara afirmou ter permitido ao parlamentar questionar o relator, Zé Vitor (PL-MG), e que este já tinha respondido, encerrando a discussão.
O projeto aprovado recebeu críticas intensas de entidades do setor elétrico e especialistas, que apontam um possível aumento de custos em até R$ 28 bilhões devido a "jabutis" incorporados à proposta durante sua tramitação.
Diante disso, a bancada do PSOL buscou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), solicitando a interrupção da tramitação do projeto. Em ofício, os parlamentares argumentam que o texto originalmente tratava do aproveitamento de potencial energético offshore, mas alterações substanciais foram introduzidas por substitutivos. A principal preocupação da bancada refere-se a um "jabuti" que incentiva termelétricas movidas a carvão mineral até 2050, desfavorecendo a produção de energia limpa.