Lula afirma que Brasil está pronto para assinar acordo com Mercosul e União Europeia
Presidente participou da cúpula do G7 neste sábado (15)
Foto: Ricardo Stuckert/PR
Durante sua visita oficial à Itália, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou em entrevista coletiva neste sábado (15) que o Brasil está preparado para assinar o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia. Ele explicou que o acordo agora aguarda apenas o período de eleições da Assembleia Nacional na França, que foram antecipadas para o final de junho após a dissolução do Parlamento pelo presidente Emmanuel Macron.
Lula expressou confiança de que o acordo será benéfico não apenas para a América do Sul e o Mercosul, mas também para os empresários e os governos da União Europeia. Ele discutiu o assunto com a presidenta da Comissão Europeia, Ursula Gertrud von der Leyen, durante sua estada na região da Puglia, onde participou da cúpula do G7.
Taxação dos super-ricos e reforma na governança global
Além do acordo comercial, o presidente Lula abordou outras questões importantes durante sua visita à Europa. Ele reiterou a proposta de taxação dos super-ricos, que visa criar uma taxa global mínima de 2% sobre a riqueza dos bilionários, atingindo apenas cerca de 3 mil pessoas em todo o mundo. Lula enfatizou a necessidade de combater a desigualdade, a fome e a pobreza, destacando a discrepância entre a riqueza concentrada em poucas mãos e as necessidades socioeconômicas globais.
Quanto à governança global, Lula defendeu uma reforma baseada na inclusão social e na luta contra a fome e a pobreza em nível mundial. Ele convidou líderes internacionais a participarem do lançamento do Programa Nacional de Combate à Fome e à Pobreza, programado para julho no Rio de Janeiro. O presidente ressaltou a importância do envolvimento dos empresários europeus no aumento do comércio exterior para melhorar o fluxo na balança comercial, enfatizando que são os empresários que conduzem as transações comerciais, embora o governo abra as portas para negociações.
Lula observou que os líderes europeus demonstraram flexibilidade em relação à necessidade de reformas na governança internacional, incluindo a retomada da Organização Mundial do Comércio (OMC) e a inclusão da China no processo. Ele expressou otimismo em relação aos progressos alcançados nesse sentido, destacando a importância da colaboração global para enfrentar os desafios econômicos e sociais emergentes.