Lula defende novo modelo de financiamento global e critica austeridade

Presidente afirma que exigências de bancos internacionais empobrecem países e cobra alternativas no Brics

Por Da Redação
Ás

Atualizado
Lula defende novo modelo de financiamento global e critica austeridade

Foto: Ricardo Stuckert/ Presidência da República

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu nesta sexta-feira (4) a necessidade de um novo modelo de financiamento internacional, livre das condicionalidades impostas por instituições financeiras e sem o foco em políticas de austeridade. “Vocês podem e devem mostrar ao mundo que é possível criar um novo modelo de financiamento sem condicionalidades. O modelo da austeridade não deu certo em nenhum país do mundo”, disse Lula durante a reunião do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), no Rio de Janeiro.

Lula argumentou que a política de austeridade aprofundou desigualdades ao redor do mundo. “Toda a vez que se faz austeridade, o pobre fica mais pobre e o rico fica mais rico”, afirmou, apontando que o mecanismo dificulta investimentos em áreas essenciais e afeta de forma mais dura os países mais pobres, como os africanos, que, segundo ele, acumulam dívidas de US$ 900 bilhões.

Durante o encontro, Lula elogiou a atuação do NDB, presidido por Dilma Rousseff, destacando o financiamento de projetos alinhados às prioridades nacionais, com foco em preservação ambiental e transição energética, temas prioritários para o governo brasileiro em ano de COP 30.

O presidente também voltou a defender o debate sobre a criação de uma nova moeda para transações comerciais entre os países do Brics, buscando reduzir a dependência do dólar. “É complicado, eu sei. Tem problemas políticos, eu sei. Mas se a gente não encontrar uma nova fórmula, a gente vai terminar o século 21 igual a gente começou o século 20 e isso não será benéfico para a humanidade”, afirmou.

Lula ainda criticou o que considera fragilidade das lideranças mundiais e o enfraquecimento da ONU em crises internacionais. “Há muito tempo eu não via a nossa ONU tão insignificante como ela se apresenta hoje”, disse, ao criticar a falta de avanços na criação de um Estado Palestino e os ataques em Gaza.

A reunião do NDB ocorreu durante a Cúpula do Brics, que segue no Rio de Janeiro até o dia 7 de julho, e marca a presidência rotativa do Brasil no bloco em 2025. O Brics busca fortalecer a cooperação entre os países do Sul Global, ampliando sua influência na governança internacional em meio a desafios geopolíticos e econômicos.

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