Lula desconversa ao ser questionado sobre meta fiscal no dia do Enem
Alguns membros do governo e do PT defendem a alteração da meta, permitindo um déficit de 0,5% a 0,75% do PIB em 2024
Foto: Luís Fortes/MEC e Ricardo Stuckert/PR
No primeiro dia de aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no domingo (5), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visitou a sede do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em Brasília, neste domingo (5). Durante a visita, Lula foi novamente questionado sobre a capacidade do governo de cumprir a meta de zerar o déficit primário em 2024, conforme estabelecido pelo novo Marco Fiscal aprovado pelo Congresso.
Ao ser questionado pelos repórteres se haveria alguma alteração na meta fiscal, o presidente respondeu de forma evasiva: "(Sobre) A meta fiscal, você me pergunta segunda-feira. Hoje é dia de Enem".
Suas declarações anteriores, em que admitiu que o governo teria dificuldades em atingir a meta de déficit zero no próximo ano, geraram debates e críticas do mercado financeiro. A interpretação foi de que o Executivo estaria considerando ajustes na meta, o que contraria a postura defendida pela equipe econômica, liderada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Alguns membros do governo e do PT defendem a alteração da meta, permitindo um déficit de 0,5% a 0,75% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024. No entanto, Haddad espera que o governo não faça mudanças pelo menos até março do ano que vem, quando será divulgado o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias. A partir desse momento, será possível avaliar se a receita será suficiente para cobrir as despesas planejadas.
O presidente Lula destacou que fará o possível para cumprir a meta fiscal, mas reforçou a importância de não comprometer investimentos essenciais para o país. Em tom descontraído, Lula brincou com os jornalistas ao falar sobre o Enem, sugerindo que, no futuro, poderia participar da prova para ter mais chances de ingressar em um curso de Economia, que ele descreveu como "um curso de gente muito sabida".