Lula diz que caixa de ovo a R$ 40 é ‘absurdo’ e prometeu que brasileiros voltarão a comer picanha
Presidente prometeu uma reunião com empresários para discutir o preço de produtos alimentícios
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Foto: Ricardo Stuckert / PR
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (20), em entrevista à rádio Tupi, que considera um absurdo a caixa de ovos custar R$ 40. Na ocasião, ele prometeu que se reunirá com empresários para discutir os preços de produtos alimentícios exportados e vendidos no mercado interno. Lula disse acreditar que os alimentos "vão baixar" e que os brasileiros voltarão a comer picanha.
“Eu sei que o ovo está caro. Quando me disseram que a caixa com 30 ovos está custando R$ 40, achei um absurdo. Vamos ter que reunir os atacadistas para discutir formas de reduzir esse preço. O fato de estarmos exportando produtos a preços elevados em dólar não significa que o brasileiro tenha que pagar o mesmo valor”, disse Lula.
“Essa discussão vale também para o óleo de soja e a carne. Agora, a carne começou a baixar, e podem ter certeza de que vai cair ainda mais. O povo vai voltar a comer sua picanhazinha, sua costela ou qualquer outro pedaço de carne que desejar. Nosso objetivo é reduzir o preço de todos os alimentos”, completou.
Lula disse ainda que o governo vai trabalhar para que os preços dos alimentos voltem “aos padrões do poder aquisitivo do trabalhador”. No início do mês, o presidente sugeriu que a população evite comprar produtos que estejam muito caros, como forma de pressionar a redução dos preços e ajudar a controlar a inflação. A fala, no entanto, foi amplamente criticada.
Alta no preço e aprovação do governo
Enquanto a inflação oficial, medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), fechou em 4,83% no ano passado — acima da meta de 3% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional —, a inflação dos alimentos chegou a 7,69%.
A disparada nos preços tem afetado a popularidade do presidente. Segundo pesquisa Datafolha divulgada na última semana, a aprovação de Lula caiu para 24%, o pior índice de seus três mandatos.