Lula indica assessor de confiança para área jurídica da Petrobras
A nomeação de Lima e Silva depende ainda de aval da área de governança interna da estatal.
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicou o secretário especial de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Wellington César Lima e Silva, para comandar o departamento jurídico da Petrobras na gestão Magda Chambriard.
A nomeação de Lima e Silva depende ainda de aval da área de governança interna da estatal. Se aprovada, garante a Lula um observador privilegiado sobre a gestão Magda, que assumiu a companhia após conflitos de seu antecessor, Jean Paul Prates, com o governo.
Lima e Silva é um quadro da confiança do presidente, com quem despacha quase diariamente, com a função de analisar atos da Presidência, avaliar indicações e nomeações e preparar despachos presidenciais, entre outros.
Segundo integrantes do governo, Lula sondou Lima e Silva para o cargo na semana passada. Mas sua indicação dependeria ainda do crivo do chefe da Casa Civil, Rui Costa, que estava na China.
Na nova função, ele poderá acompanhar a execução dos projetos de interesse do presidente na Petrobras. Confirmada sua nomeação, Lima e Silva deverá levar dois integrantes de sua atual equipe para a estatal: o secretário-adjunto, Marcelo Weick Pogliese, e o diretor de Programa, Manoel Teixeira de Matos.
Ele é um quadro próximo ao PT da Bahia. Em 2010, foi nomeado para o comando do Ministério Público estadual durante a gestão de Jacques Wagner, hoje líder do governo no Senado.
Seis anos depois, em meio ao processo de impeachment de Dilma Rousseff, chegou a assumir o Ministério da Justiça, mas a posse foi anulada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), sob a interpretação de que um integrante do Ministério Público não pode ocupar função no Executivo.
Lima e Silva foi indicado por Lula a Magda esta semana, atendendo a pedido da presidente da Petrobras por nomes para a área, segundo fontes.
Embora ele tenha estreitado laços com o presidente nesses 18 meses de convivência, sua nomeação também tem sido apontada como uma amostra dos fortalecimento do núcleo baiano do governo, que inclui o ministro da AGU (Advocacia-geral da União), Jorge Messias, além de Costa e Wagner.
A indicação de Lima e Silva para a Petrobras é parte de uma série de mudanças na gestão da estatal após a posse de Magda, no fim de maio. Nesta sexta-feira (14), a nova presidente da Petrobras anunciou três novos nomes para sua diretoria.
Renata Baruzzi foi escolhida para a diretoria de Engenharia, Tecnologia e Inovação e Sylvia dos Anjos, para a diretoria de Exploração e Produção, dona da maior fatia do orçamento da estatal. Ambas são empregadas da empresa.
Os cargos eram ocupados por Carlos Travassos e Joelson Mendes, nomeados por Prates e que já esperavam não prosseguir com Magda. O primeiro passou a ser acusado por sindicatos como responsável por atrasos em investimentos da companhia.
O terceiro nome indicado nesta sexta pela presidente da Petrobras é Fernando Melgarejo, que foi escolhido para a diretoria Financeira e de Relações com Investidores, já vaga desde a saída de Sergio Caetano Leite, homem de confiança de Prates.
Melgarejo é funcionário do Banco do Brasil. Atualmente, ocupa a diretoria de Participações da Previ, fundação que administra os planos de previdência privada do banco.